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Maior reator de fusão nuclear do mundo é ativado no Japão

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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European Commission
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O reator experimental de fusão nuclear JT-60SA foi inaugurado na sexta-feira (1º). Localizado na prefeitura de Ibaraki, no Japão, o dispositivo promete ajudar cientistas a investigarem a viabilidade da fusão nuclear como uma fonte de energia limpa e segura.

Desenvolvido por meio de uma parceria entre a União Europeia e o Japão, o JT-60SA é uma atualização do projeto Japan Torus-60 (JT-60), ativo desde a década de 1970. Com o surgimento de novas tecnologias, o reator original foi atualizado algumas vezes, até que foi totalmente desmontado em 2013.

Foi somente em 2020 que o trabalho foi concluído. Como o reator é experimental, ele não pode ser usado como um gerador de energia nem mesmo com as atualizações. Mesmo assim, Sam Davis, vice-líder do projeto, comenta que o dispositivo “vai nos deixar mais próximos da energia de fusão [nuclear]”.

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O reator tem seis andares de altura e foi instalado em um hangar. Em seu interior há um tokamak, um dispositivo em formato de toro (ou de rosquinha, se preferir) com bobinas magnéticas. Elas comprimem plasma de isótopos de hidrogênio até alcançar pressão e temperatura encontradas somente no Sol, iniciando o processo de fusão do hidrogênio em hélio.

A vantagem é que a fusão de átomos libera grande quantidade de energia em comparação com os combustíveis fósseis. Só que, apesar de a máquina ser conceitualmente simples, é extremamente difícil construir um reator que possa sustentar esta reação gerando mais energia do que aquela necessária para seu funcionamento.

Durante o evento de inauguração, Kadri Simson, comissário de energia da União Europeia, descreveu o JT-60SA como “o tokamak mais avançado no mundo”, representando “um grande passo para a história da fusão [nuclear]”. Segundo ele, o processo tem potencial para se tornar uma fonte importante de energia ainda neste século.

Vale lembrar que tanto o JT-60SA quanto o reator International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), que ainda está em desenvolvimento, são projetos criados para demonstrar a viabilidade da fusão nuclear. Por isso, ainda deve levar algum tempo até que dispositivos do tipo permitam que a humanidade possa abandonar o uso dos combustíveis fósseis.

Fonte: European Commission, The Guardian