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Maior garra de caranguejo fossilizada do mundo tem 8 milhões de anos

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Fevereiro de 2024 às 21h00

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van Bakel. Ossó/N. Z. Journal of Geology and Geophysics
van Bakel. Ossó/N. Z. Journal of Geology and Geophysics

O fóssil de um caranguejo bastante antigo, com 8,8 milhões de anos, quebrou recordes no que diz respeito ao tamanho de crustáceos — é a maior garra fossilizada já encontrada na história. O tamanho indica que a nova e recém-nomeada espécie pode ser ancestral do atual caranguejo-gigante-da-tasmânia (Pseudocarcinus gigas), que chega a ter mais de 12 kg.

O espécime foi encontrado na praia Waitoetoe, na Nova Zelândia, na ilha norte do arquipélago. Ele estava na Formação Urenui, que data do Mioceno e faz parte da Bacia de Taranaki, que foi atingida pela erupção marítima do Centro Vulcânico Mohakatino. O evento moldou o ambiente da época e conservou o crustáceo primorosamente. Para saber mais sobre a evolução dos caranguejos, ative as legendas no vídeo abaixo:

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Cinzas vulcânicas e lama são sedimentos particularmente bons para a preservação de fósseis, já que cobrem os animais antes que o ecossistema dê conta de sua decomposição, apesar de transformar seu ecossistema em um cemitério. Esse tipo de caranguejo vivia nas profundezas do mar, e é a primeira vez que um deles é encontrado na região neozelandesa.

Gigantes caranguejos do passado

O nome dado à nova espécie foi Pseudocarcinus karlraubenheimeri, homenagem ao paleontólogo amador Karl Raubenheimer, que descobriu o espécime quando era apenas um adolescente e o doou à ciência. Seu provável descendente, o P. gigas, tem garras de até 47 centímetros, mesma envergadura de sua carapaça. O ancestral fossilizado tinha metade deste tamanho.

Segundo os cientistas, caranguejos chegam a tamanhos tão espantosos provavelmente por conta de predadores, mas também pela competição por presas.

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As grandes quelas (garras) do P. karlraubenheimeri podem ter se formado em resposta ao grande número de gastrópodes e bivalves que começou a surgir no menu das profundezas marinhas no final do período Cretáceo (65 milhões de anos atrás), inaugurando a linhagem de grandes caranguejos.

Além da descoberta da espécie, a ciência agora sabe mais sobre seu antigo habitat, onde infiltrações de gás traziam CO2 ou metano à junção entre água e sedimento, deixando o ambiente rico em nutrientes. Com isso, mexilhões, lesmas-do-mar e caranguejos menores prosperaram e possibilitaram o crescimento das espécies até chegar ao seu tamanho atual.

Fonte: New Zealand Journal of Geology and Geophysics