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Fóssil de rã com 100 milhões de anos ainda traz ovos preservados

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Du et al./Biological Sciences
Du et al./Biological Sciences

Uma rã incrivelmente preservada de 100 milhões de anos atrás foi encontrada na China, ainda carregando ovos na barriga — além de ser a rã mais antiga do tipo a ser encontrada, com tecidos moles e tudo, é um dos únicos exemplares com evidências reprodutivas intactas. Acredita-se que o anfíbio, uma fêmea, tenha morrido durante o acasalamento.

O animal estava na Bacia Jiuquan, no noroeste da China, datada do Cretáceo Inferior, entre 145 milhões e 100,5 milhões de anos atrás. Para descobrir mais sobre a rã, foram realizadas tomografias computadorizadas, revelando ser um indivíduo da espécie Gansubatrachus qilianensis.

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Seu esqueleto mostrou não se tratar de uma adulta, mas havia massas de ovo no corpo e ovos no oviduto, sugerindo que a maturação sexual ocorria antes de se atingir um corpo totalmente adulto — apesar de comum em vertebrados não-avianos, é muito raro ver isso em registros fósseis.

Como a rã morreu?

Quando uma rã está com ovos prontos a serem postos, ficam num estado que chamamos de “prenhe”. As rãs não ficam grávidas como os humanos, mas sim põe os ovos para que sejam fertilizados por um macho. No caso do fóssil do Cretáceo, isso não chegou a acontecer, já que o animal morreu antes de pôr os ovos.

Nas rãs atuais, as principais causas de morte são estresse ambiental, predação, inanição durante a hibernação, comportamento durante o acasalamento e velhice. Como há muitos ovos no corpo, a rã não estaria hibernando e nem passando fome, e fatores ambientais, como enchentes, não foram notados no local.

Isso fez com que os cientistas concluíssem que a criatura morreu, provavelmente, afogada ou de exaustão durante o acasalamento, sendo o primeiro caso do Mesozoico onde um animal morreu devido à atividade de acasalar. Caso ela houvesse fingido a própria morte, como algumas rãs modernas fazem para fugir do ato, talvez teria vivido para contar a história.

Fonte: Biological Science