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Europeus de 15.000 anos atrás usavam canibalismo como prática funerária

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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The Trustees of the Natural History Museum
The Trustees of the Natural History Museum

Paleoantropólogos descobriram que o canibalismo foi uma prática funerária padrão em algumas partes da Europa há cerca de 15.000 anos, segundo análises genéticas e arqueológicas de restos humanos. Os ossos encontrados trazem marcas de mordidas e manipulação para a criação de ferramentas.

Os responsáveis pela prática eram da cultura humana chamada Magdaleniana, que habitou o noroeste europeu durante o Alto Paleolítico. As evidências de canibalismo rotineiro por esses grupos são as mais antigas já encontradas, e mostram como as práticas funerárias antigas eram variadas e como sua evolução aconteceu. A pesquisa foi feita pelo Museu de História Natural de Londres.

Como o canibalismo desapareceu

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O foco do estudo está na Caverna de Gough, que fica na Garganta de Cheddar, sítio arqueológico famoso datado do Paleolítico onde já foram encontrados muitos recipientes feitos de crânios humanos. Em mais de 100 ossos achados no local, podem ser vistas marcas de corte, quebra e mastigação, com sinais fortes o suficiente para caracterizar o canibalismo generalizado como prática funerária na cultura magdaleniana do noroeste europeu como um todo.

Para ter certeza dos achados da caverna de Gough, foram revisados todos os achados arqueológicos atribuídos à cultura. Os magdalenianos foram deslocados por outra cultura ancestral, os epigravetianos, que tinham enterros como prática funerária padrão, o que, segundo os cientistas, pode explicar por que o canibalismo sumiu como atividade funerária em épocas posteriores.

No final do Paleolítico, os epigravetianos migraram para o norte, suplantando outros povos, como fica claro ao observar as mudanças na ancestralidade genética e comportamento funerário demonstrados arqueologicamente.

Diversos métodos de se despedir dos mortos foram praticados por humanos, e, aliás, são mais variados hoje do que nunca: no Tibet, há o enterro celestial, onde os corpos são levados ao céu por aves carniceiras, e, nos Estados Unidos, cada vez mais pessoas escolhem se tornar compostagem para alimentar as plantas. Há, ainda, a hidrólise alcalina, ou aquamação, método que usa calor e alvejantes para eliminar restos, uma opção mais ecológica, como foi feito com Desmond Tutu.

Fonte: Quaternary Science Reviews