Aquamação: conheça a nova técnica de “cremar” corpos com água
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 06 de Janeiro de 2022 às 11h50
Você sabia que é possível ser "cremado" de um jeito muito mais ecológico, com água? O processo se chama aquamação, e ganhou destaque com a morte do arcebispo sul-africano Desmond Tutu, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, que escolheu essa alternativa para seu funeral.
- Califórnia discute lei para transformar cadáveres humanos em adubo
- Com muito dinheiro, você pode fazer um "funeral espacial" para seu pet falecido
Também conhecido como biocremação, o processo usa solução alcalina aquecida para descartar restos mortais de humanos ou animais, reduzindo o corpos a cinzas assim como acontece na cremação, mas sem a necessidade de combustão.
Durante a aquamação, o corpo é colocado dentro de um recipiente pressurizado preenchido com uma mistura de água e hidróxido de potássio (soda cáustica), aquecido a cerca de 150°C por aproximadamente 90 minutos. A técnica dissolve o tecido corporal, de modo que restem apenas os ossos. A próxima etapa do processo é secar e pulverizar esses ossos em uma máquina chamada cremulador. O vídeo abaixo (em inglês) mostra como funciona.
Basicamente, a técnica faz alusão à hidrólise alcalina, que faz parte do processo natural de decomposição de um corpo ao longo dos anos.
Aquamação: a cremação ecológica
A conhecida técnica de cremação requer imensa energia para alimentar o fogo e bombear milhões de toneladas de dióxido de carbono anualmente. Entre suas emissões estão o poluente PM10, associado à depressão, e o PM2.5, associado a problemas de saúde cardíaca e pulmonar, além de doenças crônicas. A aquamação requer muito menos energia e não produz nenhuma das emissões. O líquido deixado para trás é orgânico e pode ser usado como fertilizante.
Fonte: IFL Science