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Estômago de plesiossauro opalizado revela novas espécies de peixe

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Kim Alaniz/CC-BY-2.0
Kim Alaniz/CC-BY-2.0

O fóssil opalizado de um plesiossauro australiano chamado Eric deu à ciência mais descobertas incríveis, preservando espécies até então desconhecidas de peixes primitivos em seu estômago, analisado recentemente com raios-x. A última refeição da criatura marinha, fossilizada há cerca de 100 milhões de anos, continha 17 vértebras de um peixe teleósteo desconhecido.

Caso o termo “opalizado” seja novidade para você, é porque o fenômeno é, de fato, bastante raro. Acontecendo quase só na Austrália, esse processo transforma os restos mortais de animais em verdadeiras joias, gemas iridescentes incrivelmente belas. Geralmente, fósseis se tornam minerais mais comuns, como ágata, pirita e calcário, mas nesse caso, o material é sílica, gerando o efeito de opalização.

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A história do plesiossauro Eric

Eric foi encontrado nas minas de opala de Coober Pedy, no sul da Austrália, em 1987, por si só uma descoberta incrível. Além da sua beleza, a completude dos restos mortais também deleitou a ciência, já que o esqueleto está 93% completo, algo quase sem paralelos nos registros mundiais. Já descobrimos que Eric viveu entre 120 e 90 milhões de anos atrás, mas seu interior nunca havia sido investigado — até agora.

Uma nova pesquisa da Escola de Pesquisa de Física da Universidade Nacional da Austrália, em conjunto com o Instituto de Pesquisa Museológica da Austrália, utilizou microtomografia de raios-x para observar o conteúdo estomacal de Eric de forma não-invasiva, deixando o raro espécime seguir o tão completo quanto possível.

Os impressionantes detalhes observados, no entanto, ainda precisaram passar por uma exaustiva análise comparativa, combinando os dados com montanhas de outros restos estomacais já conhecidos, colocando imagens tomográficas lado a lado até que fosse possível distinguir restos de peixe de gastrólitos e outros materiais estomacais.

O resultado foi um modelo 3D da última refeição do plesiossauro australiano, o colocando como o leão marinho de seu tempo — sua alimentação era peixetariana, ou seja, ele comia pequenos peixes e provavelmente arriscava ser predado ao nadar pelos mares do sul do mundo.

Importância à ciência

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Com isso, desvendamos segredos da dieta e do estilo de vida dessas extintas criaturas marinhas, que pereceram junto aos dinossauros, há 66 milhões de anos, traçando seu passado evolucionário com maiores detalhes. Mais do que isso, entendemos melhor como mudanças no clima podem afetar a vida marinha que ainda vive em nosso planeta.

À medida que o meio ambiente é modificado, as dietas e costumes dos animais que nele vivem também têm de ser adaptados, e saber como isso aconteceu no passado da Terra pode nos preparar para responder aos desafios climáticos atuais à altura.

Em outras palavras, comparando com fósseis passados e, possivelmente, com os que encontraremos no futuro, será possível notar mudanças na dieta de plesiossauros como Eric, comparando tais mudanças com as de golfinhos, baleias, narvais e outras criaturas marinhas, numa tentativa de prever como suas dietas podem mudar em resposta ao aquecimento global — e, mais importante, por quê.

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Fonte: Alcheringa

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