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Fósseis revelam dieta monstruosa do mosassauro, o terror dos mares

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Agosto de 2022 às 17h45

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Longrich et al./Cretaceous Research
Longrich et al./Cretaceous Research

Fósseis de mosassauro foram encontrados em depósitos fósseis no Marrocos, revelando diversos segredos dos maiores répteis marinhos que já existiram — especialmente a maior de suas espécies, Thalassotitan atrox. Um estudo contando todas as descobertas feitas pelos cientistas foi publicado na última quarta-feira (24) na revista científica Cretaceous Research.

Os pesquisadores responsáveis pelo estudo são da University of Bath, no Reino Unido. Segundo eles, os mosassauros são como um cruzamento entre um dragão de Komodo, um tubarão-branco, um T. rex e uma orca. Embora seja uma ideia aterrorizante, os parentes modernos mais próximos destes répteis marinhos, que podiam chegar a 12 metros de comprimento, são as cobras e as iguanas.

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Mosassauros e sua dieta

Totalmente aquáticos, os mosassauros não parecem ter tido um bom olfato, de acordo com seus fósseis, o que indica terem sido predadores do topo de sua cadeia, e não carniceiros. Suas diferentes espécies podiam ter dentes mais afiados — bons para comer peixes e cefalópodes como as lulas — ou mais cegos, bons para esmagar e triturar criaturas com cascos e carapaças mais duras.

O novo achado no leito de fosfato cheio de fósseis em Marrocos vem para dar mais insights sobre a vida e alimentação dos animais: foram encontrados crânios, vértebras, ossos de membros diversos e falanges. Isso permitiu descrever o crânio inteiro de um T. atrox com mandíbula, dentes, ombros, esqueleto e membros anteriores. Um pouco maior do que uma orca, ele podia crescer a até 9 ou 10 metros, segundo os cientistas.

O Thalassotitan tinha um focinho mais curto e largo, com dentes cônicos grandes que, nos fósseis, estavam bem gastos e com rachaduras, indicando uma dieta com presas mais duras. Fósseis de um peixe predador grande, um casco de tartaruga, um crânio de plesiossauro e ossos de pelo menos 3 espécies diferentes de mosassauros menores no local podem ter causado esses danos dentários.

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Além disso, os restos mortais dos animais demonstram estar gastos por ácido, o que deve ter ocorrido ao passarem pelo sistema digestivo do T. atrox antes de serem regurgitados. Apesar de ser uma evidência difícil de ser confirmada, é um bom indicativo da dieta do réptil.

Nos últimos 25 milhões de anos do período Cretáceo, as espécies de mosassauro se diversificaram muito, e o Thalassotitan mostra uma diversidade ainda maior do que se acreditava, o que muda nosso entendimento da extinção do Cretáceo-Paleogeno, há 66 milhões de anos, causada pelo impacto do asteroide.

Anteriormente, pensava-se que a biodiversidade da Terra já estava diminuindo, rumo a um evento de extinção menor caso o meteorito Chicxulub não houvesse chegado. Agora, evidências apontam para o contrário: estávamos com cada vez mais formas de vida surgindo. Mais estudos sobre a diversa fauna marinha serão realizados nos leitos do Marrocos — só começamos a arranhar a superfície da diversidade e biologia dos mosassauros e de muitos outros répteis antigos.

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Fonte: Cretaceous Research