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Dia do Sexo! Saiba como seu DNA influencia sua vida sexual

Por| Editado por Luciana Zaramela | 06 de Setembro de 2021 às 09h54

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Você sabia que nesta segunda-feira (6), é comemorado o Dia do Sexo? A data foi criada para colocar em pauta pontos pertinentes no que diz respeito à atividade sexual, como dicas, recomendações, cuidados, benefícios ou novas descobertas da ciência sobre o assunto. E com base nisso, o Canaltech traz uma reflexão: como o DNA de alguém influencia a vida sexual?

Sexo e genética podem ser considerados dois pontos fundamentais para o entendimento de muitas questões históricas, e o médico, especialista em genética e sócio-fundador do laboratório Genera, Ricardo di Lazzaro, esclareceu um pouco mais sobre essa relação.

Segundo o especialista, a genética determina com quase 100% de precisão o sexo biológico de uma pessoa, além de influenciar alguns outros fatores: "Existem associações genéticas em relação à primeira relação sexual, número de parceiros, maior ou menor propensão às relações extraconjugais e alguns outros pontos. É discutida também a questão do gênero e que parte da atração sexual a pessoa tem na relação", disserta.

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Podemos então dizer que cada um de nós pode ter impresso no DNA o tamanho do nosso apetite sexual? Di Lazzaro responde que há vários estudos que tentam identificar o quanto isso pode ser genético ou como a gente pode falar do apetite sexual. "O número de parceiros tem uma influência grande de cerca de 40% do DNA herdável. A gente imagina que depende bastante do ambiente, de referências, mas o componente genético é alto, próximo até de 50%", aponta.

Já foram encontrados alguns marcadores genéticos em genes como da vasopressina e de receptores da dopamina que são neurotransmissores e que têm associação com a infidelidade, muitas vezes mais pronunciada nos homens. Isso é interessante porque são mecanismos, vias neuronais que estão no nosso cérebro e que, desta maneira, influenciam, por exemplo, o comportamento da traição.

DNA e previsões sexuais

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Segundo o médico, a disfunção erétil também pode ser influenciada pela genética, embora tenha relação com outras doenças, desde vasculares até psiquiátricas. Por enquanto, não se tem um estudo claro que prediga o risco de uma disfunção erétil com base no DNA, mas hoje em dia existe a análise de um gene chamado GNB3, que consegue saber se o tratamento tem chance de ser eficaz em função desse marcador e como o corpo reage com o sildenafil, popularmente conhecido como Viagra. 

"A genética e a medicina personalizada vêm avançando cada vez mais e isso vai permitir predizer e tratar de maneira exclusiva todos os tipos de disfunções sexuais, inclusive da parte reprodutiva", revela Di Lazzaro. Além disso, determinados testes de DNA podem mostrar se a pessoa tende a ser fértil por mais tempo, ou quanto tempo a pessoa tem até entrar na menopausa, por exemplo.

Questionamos, então, se a genética também pode ajudar a entender o comportamento sexual de adolescentes, principalmente no que tange a puberdade. O médico aponta que a genética ainda não entende muito bem todo o processo de desenvolvimento humano, mas compreender isso poderia "permitir ajudar pessoas que estão nessa fase, auxiliando em tratamentos e diagnósticos mais eficazes sobre pessoas que estão com distúrbios na área do desenvolvimento sexual".

Genética e homossexualidade: tem a ver?

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Em agosto, uma pesquisa da Universidade de Queensland usou dados genéticos de um extenso estudo do governo britânico sobre genética, o UK Biobank, e dados de uma empresa norte-americana de testes genéticos, a 23andMe, e retomou a busca pelo “gene gay”. No entanto, o artigo não encontrou evidências suficientes para determinantes de orientação sexual no genoma humano.

Di Lazzaro comenta que, além desse, vários outros estudos já tentaram entender se a homossexualidade seria genética ou não. "Em alguns casos foi percebido uma herança genética dentro da família. Havia casos em que homens gays tinham, por exemplo, tios maternos também gays, e, estudando essas famílias, acharam uma região no cromossomo X, chamada XQ28, que estaria associada a essa herança e como essa característica estava sendo passada nas famílias. Mas, em estudos mais recentes não foi encontrado um marcador, seja nesse cromossomo ou em outros, que fosse forte o suficiente para separar a homossexualidade ou encontrar uma algo que influenciasse a homossexualidade", declara.

"Tem vários estudos epigenéticos tentando entender isso, mas realmente ainda não existe isso muito claro. No entanto, é interessante falar que a homossexualidade também tem um componente herdável, portanto há uma herdabilidade relativamente alta. Estima-se que a homossexualidade em homens possa ter um componente ao redor de 30% de herdabilidade. Entre mulheres, esse número seria mais próximo de 50% do componente genético. Mas ainda são estudos que precisam ser validados", conclui o médico.