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Crânio de 1 mi de anos pode ser da linhagem do Homem Dragão

Por| Editado por Luciana Zaramela | 27 de Maio de 2024 às 18h34

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Gary Todd/Domínio Público
Gary Todd/Domínio Público

Cientistas concluíram, em uma pesquisa recente, que um crânio de 1 milhão de anos encontrado na China foi um importante elo perdido, o último ancestral comum entre nós, os Homo sapiens, e o “Homem Dragão”, um hominídeo conhecido como Homo longi pela ciência. Ele também estava entre as chamadas espécies humanas do passado.

A pesquisa deriva do encontro de dois crânios de um milhão de anos achados no distrito de Yunyang, na província chinesa de Hubei, entre 1989 e 1990. Um terceiro ainda surgiu nas proximidades em 2022. Um dos artefatos foi reconstruído por pesquisadores e determinado como sendo da linhagem do Homem Dragão — o artigo resultante, no entanto, ainda não foi revisado por pares.

O Homem Dragão é uma espécie extinta, descrita a partir do fóssil de um crânio de 146.000 anos encontrado na província de Heilongjiang (cujo nome significa, em tradução livre, “Rio do Dragão Negro”). Alguns especialistas creem se tratar da mesma espécie dos denisovanos, outra espécie aparentada aos humanos que viveu na Eurásia e também foi extinta.

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O elo perdido do Homem Dragão

Os crânios de Yunyang — que ganharam o apelido de “Homem de Yunxian” — parecem, segundo os pesquisadores, ter uma relação com o Homem Dragão. Para determinar isso, o crânio do Homem de Yunxian foi reconstruído a partir dos artefatos mais bem preservados, principalmente o crânio Yunxian 2. A partir do formato atingido, a reconstrução foi comparada com outros hominídeos conhecidos. 

O resultado acabou sendo uma miríade de características, ou seja, vários aspectos combinando com uma ou outra espécie, mas aparentando, principalmente, um parentesco primitivo com a linhagem do Homo longi.

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Essa linhagem, afirmam os autores, provavelmente inclui os denisovanos (que ainda não possuem nome científico) e é irmã dos Homo sapiens — ambas vão para além da metade do Pleistoceno (2,58 milhões a 11.700 anos atrás). O fóssil craniano de Yunxian parece indicar que seu antigo dono viveu próximo à época do ancestral comum das duas linhagens.

O Homem de Yunxian viveu entre 940.000 e 1,1 milhão de anos atrás, muito antes do que os Homo sapiens e longi, batendo, em geral, com a origem teorizada de ambas as linhagens — respectivamente, 930.000 e 1,13 milhão de anos atrás. Isso faria sentido, segundo os cientistas, tanto morfologicamente quanto cronologicamente. Para termos certeza, no entanto, é preciso esperar que a revisão por pares também conclua o mesmo.

Fonte: bioRxiv