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Brasileiro recria aparência do "Homem Dragão", hominídeo mais próximo de nós

Por| Editado por Luciana Zaramela | 30 de Novembro de 2023 às 19h12

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Cícero Moraes/Ortog Online
Cícero Moraes/Ortog Online

A nova reconstrução facial pelo artista brasileiro Cícero Moraes se voltou para um hominídeo próximo de nós na árvore evolutiva, mas de aparência curiosamente diferente — é o Homo longi, ou “Homem Dragão”, que habitava as geladas florestas do norte da China há 150.000 anos.

Já extinta, essa espécie de humano tinha uma cabeça de grandes proporções, a maior entre todos os hominídeos, e foi nomeada em homenagem ao rio Heilong Jiang (que significa “Rio do Dragão Negro”), na província chinesa de Harbin. O crânio foi encontrado por trabalhadores que construíam uma ponte, estando em ótimo estado de preservação, mas foi só em 2021 que pesquisadores notaram se tratar de uma espécie até então desconhecida, passando a estudar os restos a fundo.

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Datado de 146.000 anos atrás, o dono do fóssil ocupava o leste asiático enquanto nós, Homo sapiens, ainda convivíamos com os neandertais (Homo neanderthalensis). Entre suas diferenças para conosco, estão os olhos em formato mais quadrado, maçãs do rosto chatas e baixas e grandes dentes.

Como era o Homem Dragão

Curiosamente, a pesquisa de 2021 também mostrou que o H. longi pode ser mais geneticamente próximo de nós, humanos modernos, do que os famosos neandertais. Não tínhamos nenhuma aproximação da aparência da espécie até agora, quando Cícero Moraes, que também mostrou ao mundo como se pareciam neandertais, homens e mulheres da Idade da Pedra e até mesmo Tutancâmon, resolveu usar os dados do estudo para criar um modelo digital do crânio e projetar sua possível feição.

O crânio de outro hominídeo, o Homo erectus, também foi incorporado na simulação para preencher lacunas nos restos mortais da extinta espécie, como partes da mandíbula e alguns de seus dentes. Também foram usados escaneamentos por tomografia computadorizada de crânios humanos modernos e de chimpanzés, cujas características foram modeladas até “combinar” com o formato dos ossos faciais do Homem Dragão. Isso gerou um busto anatomicamente correto e objetivo do sujeito, em escala de cinza.

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Como o objetivo do cientista é mostrar os resultados para o grande público, no entanto, ele se permitiu dar um toque mais humanizado ao indivíduo, sugerindo características como tom de pele e pelos faciais em uma simulação mais vívida da aparência do nosso antigo parente.

O modelo sugere uma circunferência de crânio de 65,1 cm, com uma cabeça proporcionalmente tão grande quanto a de um gorila ou de um leão. Os cientistas do estudo de 2021 acreditam que isso possa ser uma adaptação ao frio de Harbin, que, atualmente, tem temperaturas de até -16 ºC durante o inverno.

Fonte: Ortog Online