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Calendário mais antigo do mundo pode ter sido achado na Turquia

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Dr Martin Sweatman
Dr Martin Sweatman

O calendário mais antigo do mundo pode ter sido encontrado na Turquia — com 12.000 anos, as gravações feitas em um pilar de pedra em Göbekli Tepe, um complexo de templos antigos, parecem indicar datas de um calendário solar. A criação do registro foi criada como um memorial a uma colisão de cometa devastadora, segundo cientistas.

Os riscos foram feitos em forma de “V”, com cada um deles representando um dia. Essa interpretação revelou um calendário de 365 dias em um dos pilares, com 12 meses lunares e 11 dias “sobrando”. O solstício de verão apareceria como um dia especial, separado, representado pelo mesmo formato vestido ao redor de uma criatura semelhante a um pássaro.

O pássaro seria uma representação da constelação do solstício de verão da época, e a marca em V de seu pescoço também aparece em outras estátuas próximas, provavelmente representando deidades antigas.

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Cometas e o calendário mais antigo do mundo

Os ciclos tanto do sol quanto da lua estão representados no pilar turco, então as gravações podem ser o calendário lunissolar mais antigo do mundo, quebrando o recorde por alguns milhares de anos. Acredita-se que o registro tenha sido um esforço para marcar a data de uma chuva de fragmentos de cometa na Terra há 13.000 anos, em 10.850 a.C., mais especificamente.

Esse impacto cósmico pode, segundo a ciência, ter gerado uma pequena Era do Gelo com 1.200 anos de duração, eliminando diversas espécies animais. Mudanças no estilo de vida e na adoção da agricultura podem ter sido causadas pelo evento, possivelmente, então, ligado ao nascimento da civilização pouco tempo depois, no que chamamos de Crescente Fértil, no oeste asiático.

Outro pilar do sítio arqueológico parece representar a Chuva de Meteoros Táurida, possível origem dos fragmentos, que durou 27 dias e emanou luz a partir das constelações de aquário e peixes. O achado também parece confirmar que os humanos antigos conseguiam registrar datas levando em conta a precessão, ou seja, a mudança no eixo da Terra que afeta o movimento das constelações no céu.

Isso jogaria a compreensão do fenômeno 10.000 anos antes de Hiparco, anteriormente considerado seu descobridor, em 150 a.C., na Grécia Antiga. Os pesquisadores acreditam que o impacto dos cometas tenha sido importante para o povo de Göbekli Tepe por milênios, talvez gerando um culto ou religião que influenciou no desenvolvimento da civilização.

Fonte: EurekAlert!, Time and Mind