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A Terra pode ter uma inteligência própria? Eis o que astrobiólogos pensam

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Goinyk/Cookelma/Envato Elements
Goinyk/Cookelma/Envato Elements

Com a evolução da biosfera — a atividade coletiva da vida terrestre, somando bilhões de mentes em todos os reinos —, o planeta evolui e está em constante mudança. Seria esse movimento capaz de proporcionar uma inteligência própria e planetária à Terra? Uma equipe de astrobiólogos acredita que sim, mas esta formação cognitiva ainda não está completa.

Publicado na revista científica International Journal of Astrobiology, o estudo sobre a possibilidade de existir uma inteligência planetária na Terra foi desenvolvido por astrobiólogos da Universidade de Rochester, do Instituto de Ciência Planetária e da Universidade Estadual do Arizona.

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Talvez, o termo mais correto para a pesquisa seja algo como um experimento reflexivo sobre as possibilidades do planeta, já que essa suposta inteligência e o entendimento da Terra como uma entidade inteligente está distante de qualquer consenso. "A maioria dos astrobiólogos não vê a inteligência como uma propriedade da biosfera", adiantam os autores.

Isso porque, normalmente, "a inteligência é vista como uma propriedade dos indivíduos. No entanto, também é conhecido por ser uma propriedade dos coletivos" e é esta capacidade coletiva de cognição que a equipe de pesquisadores aposta que um dia existirá.

O que seria a inteligência planetária?

Para os pesquisadores, o termo inteligência planetária pode ser definido como "a aquisição e aplicação de conhecimento coletivo, operando em escala planetária". O objetivo da suposta mente do planeta seria, a partir da atividade coletiva da vida, criar um sistema que é auto-sustentável.

Um exemplo potencial poderia ser uma resposta global à crise do aquecimento global, causada pela atividade humana. Só que, no momento, “a tomada de decisão está no nível de atividades localizadas de indivíduos e governos”, explicam os autores. Isto ainda não envolve todo o planeta e limita as potencialidades de reação da Terra.

A inteligência da Terra já foi desenvolvida?

No momento, a Terra ainda não chegou a um estágio em que possuí inteligência planetária. Por enquanto, os astrobiólogos a classificam como uma "tecnosfera imatura". Afinal, existe um conglomerado de sistemas e tecnologia — gerados pelo homem — que afeta diretamente o planeta, mas não se comporta de forma sustentável. Por exemplo, a maior parte da energia é produzida a partir de combustíveis fósseis.

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“Ainda não temos a capacidade de responder comunitariamente pelos melhores interesses do planeta. Há inteligência na Terra, mas não há inteligência planetária”, explica Adam Frank, da Universidade de Rochester, em comunicado.

“A questão de um milhão de dólares é descobrir como a inteligência planetária se parece e o que ela significa para nós, na prática, porque ainda não sabemos como avançar para uma tecnosfera madura”, completa o astrobiólogo.

Sinais já existem na relação de fungos e raízes

Do outro lado, alguns sinais da formação dessa inteligência planetária já são visíveis. Por exemplo, estudos recentes mostraram como as raízes das árvores em uma floresta podem ser conectar por redes subterrâneas de fungos. Estas redes são conhecidas como micorrízicas.

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Quando uma parte da floresta precisa de nutrientes, ela pode receber de outras regiões interconectadas e que passam por uma situação de abundância. Dessa forma, o todo floresta pode continuar a viver, através uma estratégia interna para manter a sua própria viabilidade. É possível que, um dia, comportamentos semelhantes ocorram em escala global.

Comunicação extraterrestre

Curiosamente, a existência de uma inteligência desse tipo pode ser um item fundamental para que os terráqueos possam encontrar civilizações extraterrestres. Afinal, “as únicas civilizações tecnológicas que podemos ver — as que devemos esperar ver — são aquelas que não se mataram, o que significa que devem ter alcançado o estágio de uma verdadeira inteligência planetária”, reflete o astrobiólogo Frank.

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Fonte: International Journal of Astrobiology e University of Rochester  

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