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Review My UX | A interface minimalista da Motorola

Por  • Editado por Léo Müller | 

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Rafael Damini / Canaltech
Rafael Damini / Canaltech

Praticamente todas as fabricantes de celulares Android contam com sua própria interface de usuário carregada por cima do sistema operacional do Google e, apesar de poucos conhecerem a da Motorola, a marca também tem sua UI — a My UX.

Com um design mais discreto e “limpo”, ela lembra bastante o Android “puro” que podemos ver nos celulares da linha Pixel do Google, mas tem algumas diferenças substanciais que a torna única, com alguns apelos que movem uma legião de fãs e a deixa mais atrativa (em alguns aspectos, é claro), do que a One UI ou MIUI, por exemplo.

Mas será que a simplicidade da My UX vale a pena? A interface é intuitiva e funcional como as concorrentes? Confira nesta análise os principais pontos do software da Motorola e veja se você pode se adaptar a ele.

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Prós

  • Interface limpa, sem muitos apps pré-instalados
  • Ready For para uso no modo Desktop
  • Atalhos por gestos para abrir a câmera, acender a lanterna, entre outros

Contras

  • Ausência de customização
  • Visual simples demais

Design da interface

A My UX tem um visual bem limpo, sem muita modificação feita pela Motorola em relação ao Android que é entregue de forma oficial pelo Google. Dessa forma, a interface é muito parecida com o que é visto nos aparelhos da linha Pixel.

Isso inclui, com a chegada do Android 12, uma nova área de notificações e um centro de controle redesenhado, com atalhos de bordas arredondadas e um visual bem mais agradável. A nova versão do sistema do Google — e consequentemente da interface da Moto — foi uma das que sofreu mais alterações nos últimos anos.

Na minha opinião, essa mudança é muito bem-vinda e, pela primeira vez, deixa os aparelhos da marca com um visual tão agradável quanto a One UI ou MIUI.

Na tela inicial ou gaveta de aplicativos, não há muita diferença do que já é visto há anos. Os ícones, no geral, não sofreram alterações significativas.

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Personalização

Aqui é onde a interface da Motorola “peca” um pouco. Assim como na Realme UI ou no iOS, as opções de personalização são praticamente inexistentes na My UX. O usuário pode mudar um ou outro aspecto da exibição, mas, no geral, o visual final é basicamente o mesmo.

As opções de alterações são, na verdade, nativas do Android. É possível, por exemplo, alterar a paleta de cores com opções disponibilizadas pelo Google ou definidas no seletor de cor. Dessa forma, alguns ícones e opções ficam com um visual mais “personalizado”.

No entanto, não há uma loja de temas que permita modificar ícones, alterar o visual da área de notificações e outros aspectos. Dessa forma, caso queira, é preciso recorrer a launchers de terceiros que permitam um pouco mais de customização da tela inicial ou gaveta de apps.

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Por falar em launcher, o lançador nativo da My UX traz algumas opções também básicas de exibição. É possível, por exemplo, optar se quer ou não usar uma gaveta de apps e, caso escolha pelo menu completo, a navegação é feita de forma vertical — assim como na MIUI ou Realme UI.

Por fim, também é possível ativar ou desativar o feed do Google na tela inicial. Por padrão, quando deslizamos a tela totalmente para a esquerda na área de trabalho, temos acesso à página de notícias do Google. Alguns usuários preferem desativá-la, então saiba que é possível caso queira.

Segurança e Privacidade

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A My UX oferece os mesmos recursos de segurança e privacidade nativos do Android. Isso quer dizer que muito do que é visto nos aparelhos da Moto é o que o próprio Google já oferece em seu sistema operacional.

Mas é claro que é válido mencionar alguns destaques que são novidades do Android 12. Entre eles, está o bloqueio do acesso ao microfone e à câmera, como forma de impedir que aplicativos ou sites na internet rastreiem os usuários. Dessa forma, mesmo que o aplicativo tenha permissão para acessar os recursos, o uso será bloqueado.

Além disso, quando esses componentes estão em uso, o usuário é alertado com um pequeno ícone verde no canto direito da barra de status, perto do sinal da bateria. Dessa forma, se aparecer a notificação de uso quando nenhum app está aberto, provavelmente algum serviço está “monitorando” o usuário de forma indevida.

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Apps, recursos e diferenciais

Quem já tem ou teve um celular da Motorola sabe o quão prático são os recursos ativados por gestos. Isso está presente desde os primeiros Moto X e Moto G até a atual geração e permite acender a lanterna ou abrir a câmera com um simples movimento do pulso, mesmo que a tela esteja bloqueada.

Enquanto essas funções não são nenhuma novidade, um recurso recente implementado pela marca pode ajudar a atrair mais usuários para os aparelhos da Moto. O Ready For permite utilizar o smartphone como um “computador”.

Com o auxílio de um cabo HDMI, é possível conectar o celular a um monitor e utilizá-lo no modo desktop. Dessa forma, você consegue acessar praticamente todas as funções disponíveis no aparelho em uma tela maior e ainda conectar um mouse, teclado ou controle para jogos — algo bem parecido com o modo DeX da Samsung.

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Outra função que o Ready For permite é utilizar o celular como uma webcam no computador. Com isso, se tem um notebook com câmera de baixa resolução, você poderá utilizar os sensores do celular para participar de videochamadas.

O bom é que é possível usar tanto a câmera traseira quanto a frontal do celular e, melhor ainda, não é necessário baixar nenhum programa. Basta conectar o telefone ao computador pelo cabo USB padrão do aparelho e alterar o funcionamento da conexão nas configurações.

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É importante frisar, no entanto, que o Ready For é uma exclusividade dos modelos mais avançados da empresa, ou seja, apenas o Moto G100, Moto G200 e alguns aparelhos da linha Motorola Edge tem esse suporte até o momento.

Acessibilidade

Os recursos de acessibilidade da My UX são bem padrões em relação ao que já é oferecido pelo Android. Mas isso não quer dizer que não sejam dignos de menção, é claro. A interface oferece, por exemplo, alguns controles de exibição muito interessantes para quem tem dificuldades visuais.

É possível, por exemplo, inserir um negrito em todas as fontes para aumentar a visualização ou aplicar correções de cores ou inversão de cores para melhorar a exibição para pessoas com daltonismo e outras dificuldades visuais.

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O sistema operacional também permite reduzir o brilho mínimo da tela para um nível abaixo do mínimo “padrão” — ideal para situações em que mesmo no mais baixo, o display ainda é muito claro.

Outras funções incluem a possibilidade de encerrar uma chamada apertando a tecla de energia e inserir um menu de acessibilidade em todas as telas para acesso rápido às principais funções.

Recursos exclusivos compensam a falta de personalização?

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A Motorola se destaca por oferecer uma interface limpa ao usuário, sem muitos aplicativos pré-instalados e com o Android “puro”, bem perto do que o Google oferece de forma oficial às fabricantes.

Por um lado, isso é bom: dá ao usuário o poder de instalar o que quer e aproveitar melhor a memória interna do seu aparelho. Por outro lado, o preço a pagar é um pouco alto, e a conta chega na forma de uma interface “sem graça”, com poucas opções de customização e um visual que pode ficar cansativo com o passar do tempo.

Com uma One UI ou MIUI, por exemplo, o usuário pode mudar o visual da tela inicial, área de notificações ou ícones com bastante frequência, mas a ausência de uma loja de temas na My UX faz com que dependamos de novas atualizações para ter uma “cara” nova no design do sistema operacional.

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Se isso não é um ponto negativo para você, então a My UX oferece mais vantagens do que desvantagens — ela tem um sistema cheio de atalhos e gestos que torna bem mais prático o uso do smartphone. E, se optar por um modelo mais avançado, ainda leva para casa o modo Ready For, que amplia ainda mais as funcionalidades do celular.