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Olimpíadas 2024 | Carro a hidrogênio leva Toyota à Justiça e gera confusão

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/ Toyota
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O Toyota Mirai, primeiro carro do mundo produzido em série a utilizar células de hidrogênio como combustível, é visto pela montadora japonesa como solução para a mobilidade limpa, mas, neste momento, tem dado bastante dor de cabeça.

O sedan luxuoso se tornou centro de uma ação judicial contra a Toyota na Califórnia (Estados Unidos). Um grupo de proprietários resolveu processar a montadora japonesa de forma coletiva, alegando uma série de problemas causados pelo Mirai.

O texto da ação judicial alega que não há postos que ofereçam o hidrogênio como combustível sem que seja necessário rodar enormes distâncias, que a autonomia com o tanque cheio é bem menor que a divulgada pela Toyota e que o preço triplicou em três anos, ponto que tornará o cartão de combustível oferecido pela marca, no valor de US$ 15 mil, insuficiente para cobrir todo o período acertado em contrato (5 anos).

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A preocupação dos donos do Toyota Mirai tem embasamento, já que a falta de hidrogênio nos postos dos EUA é corriqueira e, para piorar o cenário, 55 estações da Shell fecharam no último ano, enquanto outros postos convivem com bombas quebradas ou problemas técnicos.

Toyota Mirai gera crise na Olimpíada

Se nos Estados Unidos a Toyota foi levada à Justiça pelos donos de Mirai, na França a montadora viu uma ação de marketing programada para a Olimpíada de Paris repercutir negativamente entre cientistas e engenheiros especialistas em mobilidade sustentável.

A montadora ofereceu 500 Toyota Mirai para que atletas, voluntários e organizadores dos Jogos Olímpicos pudessem se movimentar com zero emissão de poluentes entre as sedes da competição. Após a Olimpíada, os carros serão integrados à frota de táxis movidos a hidrogênio da capital francesa, que hoje conta com 1.000 veículos “limpos”.

A ação, porém, foi vista como uma forma de propagar “informações falsas e enganosas” a respeito da descarbonização do transporte pelos cientistas do Centro de Transporte Rodoviário Sustentável da Universidade de Cambridge.

Segundo David Cebon, diretor do órgão, o carro elétrico puro (BEV) é o único que não precisa de combustível fóssil para alimentar o motor e a “verdadeira solução disponível” para a descarbonização da frota de veículos.

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O cientista alegou que os veículos a hidrogênio, além de serem “muito mais caros”, exigem três vezes mais energias renováveis. Por isso, a Toyota, ao oferecer o Mirai como solução, pode “distrair bilhões de pessoas que assistem à Olimpíada com informações falsas” sobre o assunto.