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Fórmula 1 trabalha em combustível 100% sustentável e "foge" da eletrificação

Por| Editado por Jones Oliveira | 08 de Outubro de 2021 às 08h20

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Divulgação/Netflix
Divulgação/Netflix

A Fórmula 1, principal categoria do automobilismo mundial, quer fazer sua parte para reduzir os efeitos dos gases poluentes e zerar a emissão de carbono líquido até 2030. Para isso, a categoria, em parceria com a Aramco, está preparando um combustível 100% sustentável que deve estar pronto para uso na temporada 2025. A ideia, além de permitir a continuidade da utilização dos motores a combustão, também fará a categoria “fugir” da eletrificação que vem tomando conta do mercado.

Em entrevista ao site oficial da Fórmula 1, Pat Symonds, Diretor Técnico da categoria, explicou o porquê de o planejamento ter sido direcionado para a criação de um combustível 100% sustentável e não na entrada no universo dos carros elétricos. “Não somos um veículo antielétrico. No meu caso, longe disso", garantiu.

"Na verdade, acho que, para veículos leves, em um ambiente urbano, os elétricos são muito bons. Eles têm alguns problemas, mas não somos absolutamente antielétricos. E acho que todos os engenheiros acham que os veículos elétricos são bons em um veículo pequeno e em um ambiente urbano”, resumiu.

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A “fórmula da Fórmula 1”

Já que a eletrificação foi descartada, fica a curiosidade sobre como a Fórmula 1 está trabalhando para chegar à emissão zero de carbono no meio-ambiente. A fórmula do combustível 100% sustentável, também chamado de “drop-in”, será criada em laboratório, usando componentes que vêm de um esquema de captura de carbono, lixo municipal ou biomassa não-alimentar. Segundo o diretor-técnico da categoria, desta forma haverá uma redução das emissões de gases com efeito de estufa em relação à gasolina de origem fóssil de pelo menos 65%.

“É uma coisa totalmente circular. Não estamos produzindo CO2 que não esteja na atmosfera no momento; estamos retirando da atmosfera, estamos usando e colocando de volta na atmosfera. A captura de carbono é um método que realmente gostamos muito, pois retira o carbono diretamente do ar. Está em sua fase inicial, mas há lugares fazendo isso; há alguns no Canadá, há um na Suíça que é bastante grande, há alguns na América do Sul que são bastante grandes. Portanto, é factível, e acho que em 20 anos, na verdade, haverá muito disso por aí. Mas é muito, muito experimental”, pontuou.
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Um dos principais desafios citados pelo diretor é encontrar uma fórmula capaz de ao menos manter o nível de potência despejado pelos motores atuais e que já ficará maior a partir do ano que vem com a utilização da mistura chamada de E10, formada por 90% de componentes fósseis e 10% de etanol.

“O automobilismo tem a ver com potência, mas, principalmente, com densidade de potência; não queremos carros enormes com tanques de combustível enormes. Queremos tanques de combustível pequenos e muito combustível de muito boa qualidade e alta potência. Portanto, temos que sintetizar isso, e essa não é a coisa mais fácil de fazer”.
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A descoberta de um combustível 100% sustentável não tem como objetivo ajudar apenas a Fórmula 1. De acordo com Pat Symonds, a busca é por algo que possa ser aplicado fora da categoria e do esporte no futuro, a princípio em meios de transporte ou industriais.

“As técnicas que vamos aprimorar e tornar mais eficientes e convencionais para produzir nossos combustíveis são exatamente as mesmas que podem produzir o combustível para caminhões, trens, aeronaves, mesmo que esses combustíveis sejam ligeiramente diferentes”, diz Symonds. “Um combustível de aeronave para um motor de turbina a gás é um pouco diferente do nosso combustível, mas a técnica de fabricação é essencialmente a mesma”, concluiu.

Fonte: Fórmula 1, Robb Report