Embraer anuncia fábrica de carros voadores no interior de São Paulo
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
A Embraer confirmou que vai construir seus carros voadores elétricos ou eVTOLs (sigla para veículos voadores elétricos com decolagem vertical) na planta de Taubaté, no interior de São Paulo. O anúncio foi feito na última quinta-feira (20), dia da comemoração dos 150 anos de Santos Dumont, patrono da aviação brasileira.
Segundo a Embraer, sua subsidiária Eve Air Mobility, responsável pelo desenvolvimento dessa aeronave urbana, vai transferir todos os trabalhos pertinentes para Taubaté, como testes, reparos e outras atividades — além da fabricação em si.
Esse projeto, aliás, já conta com mais de 20 clientes pelo mundo, que já reservaram quase três mil unidades do carro voador (incluindo brasileiros), somando cifras na casa dos US$ 8 bilhões (R$ 38 bilhões, na cotação atual). As entregas devem começar a partir de 2026, após todas as homologações serem concluídas.
A escolha por Taubaté
Segundo a Embraer, a escolha por Taubaté tem muito a ver com a questão logística, já que tem fácil acesso a importantes rodovias, como a Governador Carvalho Pinto, além da malha ferroviária do interior paulista, conhecida por escoar a produção da indústria local.
"Quando começamos a procurar um local para fabricar nosso eVTOL, quisemos repensar como a aeronave poderia ser construída utilizando as mais recentes tecnologias e processos de fabricação, combinados com outros aspectos, como a cadeia de suprimentos e logística. Nosso objetivo é oferecer produtos e serviços seguros ao mercado e ser altamente competitivos em eficiência de produção. A nova linha de montagem está sendo projetada para priorizar segurança, qualidade, eficiência, produtividade e sustentabilidade", disse André Stein, co-CEO da Eve, em comunicado.
Além de desenvolver o carro voador, a Embraer e a Eve prometem criar soluções para tornar as viagens e o monitoramento desses veículos mais seguros. Parte disso será resolvido com a criação do que a empresa chamada de Gerenciamento de Tráfego Aéreo Urbano (Urban ATM), de modo bem similar ao que já ocorre com os aviões comerciais, porém em escala urbana.