Após banir home office, Elon Musk pede demissões e freia contratações na Tesla
Por Paulo Amaral | Editado por Jones Oliveira | 03 de Junho de 2022 às 16h49
Depois de colocar um ponto final no sistema home office e “sugerir” aos funcionários da Tesla que pedissem para sair se não concordassem com a volta ao trabalho de forma presencial, Elon Musk anunciou mais mudanças na Tesla. E elas são, no mínimo, curiosas, tendo em vista que a empresa é a montadora de carros mais valiosa do mundo e, ele, o homem mais rico do planeta, segundo a Forbes.
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Segundo a reportagem da Reuters, o executivo teria enviado um e-mail à alta cúpula da Tesla com orientações claras sobre o que fazer para reduzir custos na empresa. Musk quer que os diretores congelem qualquer processo de contratação de novos funcionários que esteja em trâmite e, além disso, cortem 10% do atual quadro de colaboradores.
A justificativa informada no e-mail por Musk é que ele teve um “pressentimento muito ruim a respeito do que pode acontecer em breve com a economia”. A Tesla conta hoje com cerca de 100 mil funcionários e, se Musk levar adiante as determinações, isso implicará em 10 mil pessoas desempregadas em um futuro próximo.
O CEO também teria dito no e-mail que a recessão que os Estados Unidos enfrentarão nos próximos 18 meses “é uma coisa boa” e que, dentro deste período, “algumas falências precisam acontecer”. Vale lembrar que a própria Tesla passou por um período mais complicado no último semestre, com o fechamento temporário das instalações em Shanghai, na China.
Tesla despenca na Bolsa
As últimas ações de Elon Musk tiveram efeito imediato no mercado financeiro. A reportagem da Reuters apontou que as ações da Tesla caíram cerca de 3% no pré-mercado da bolsa de valores dos Estados Unidos nesta sexta (3), e 3,6% na lista de Frankfurt, na Alemanha. Os analistas de algumas instituições financeiras ao redor do mundo também não digeriram as declarações do executivo.
Carsten Brzeski, chefe global do Banco ING, previu que não se trata de uma recessão global, mas que os EUA “irão esfriar”, enquanto China e Europa “vão demorar para se recuperar” da crise. Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, concordou com a visão, e acrescentou que “um furacão está virando a esquina e pronto para chegar”.
Fonte: Reuters