WhatsApp lidera a divulgação de fake news sobre a COVID-19 no Brasil
Por Felipe Gugelmin • Editado por Claudio Yuge |
Em um momento no qual redes sociais e plataformas de comunicação substituem sites tradicionais como fontes de informação, o WhatsApp surge como o líder na disseminação de notícias falsas sobre a COVID-19 no Brasil. Um estudo realizado pelo Instituto Reuters para Estudos do Jornalismo da Universidade de Oxford mostra que 40% dos entrevistados se depararam com desinformação sobre o vírus sendo veiculadas através do comunicador.
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A pesquisa também mostra altas taxas de desinformação circulando pelas redes sociais (37%), sites de vídeo (26%) e mecanismos de busca (20%) — quanto mais usam aplicativos de conversa para se informar, mais propensas as pessoas estão a acreditar em mitos sobre a doença e a vacina. Isso gera bastante preocupação diante do fato de que as plataformas digitais foram as principais fontes de informação para os brasileiros, que deram preferência ao Google (54%), YouTube (45%), Facebook (44%), WhatsApp (41%) e Instagram (39%) na hora de saber mais sobre a doença e a pandemia.
Os números brasileiros superam os registrados em todos os demais países analisados, chegando ao dobro daqueles vistos na Alemanha (21% Facebook, 19% YouTube, 18% WhatsApp e 9% Instagram). O único país a ter uma fonte de notícias como mais prevalente do que o Google foi a Coreia do Sul, no qual 67% dos usuários usando o portal de buscas Naver como sua principal fonte de informação.
Veículos tradicionais aparecem como os mais confiáveis
Apesar dos hábitos de consumos indicarem o contrário, a pesquisa revelou que os órgãos de imprensa tradicional ainda são considerados por 52% dos entrevistados brasileiros como confiáveis — contra os 30% dos apps de mensagens. No entanto, os mecanismos de busca (59%) surgem como a opção considerada mais confiável na procura por informações.
Entre os países pesquisados, o Brasil ficou em segundo lugar no índice de confiança da imprensa, perdendo somente para a Coreia do Sul (63%). O país que menos demonstrou confiança nos dados de veículos tradicionais foi os Estados Unidos (43%), seguido pela Espanha (46%), Japão (48%) e Argentina (48%).
A grande confiança reflete nas respostas relacionadas ao percentual de desinformação percebido em meios tradicionais. No Brasil, essa taxa ficou em 27%, enquanto na Argentina — que teve os números mais elevados — chegou a 34%. Fecham a relação o Reino Unido (17%), Alemanha (21%), Coreia do Sul (23%), Japão (24%), Estados Unidos (30%) e Espanha (32%).
O uso de fontes de informação consideradas confiáveis é importante para se prevenir em meio à pandemia, que já registrou mais de 462 mil mortes no Brasil. No início de maio, o governo brasileiro lançou um portal oficial com números sobre a vacinação e dicas de distanciamento social e o uso correto de máscaras, entre outras informações importantes.
Fonte: MediaTalks