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Executivo da Apple propôs reduzir taxa da App Store em 2011, revela documento

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 04 de Maio de 2021 às 12h05

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Divulgação/Apple
Divulgação/Apple

A Apple pode tomar 30% sobre as vendas feitas pela App Store, mas essa porcentagem foi questionada até mesmo dentro da própria gigante. Discussões antigas acerca do modelo de negócios da companhia saíram do baú para a briga judicial entre a Apple e a Epic Games e mostram questionamentos de executivos feitos em 2011 sobre o objetivo e a sustentabilidade do modelo a longo prazo.

Essa discussão foi entre o atual vice-presidente de marketing da Apple Phill Schiller, o então CEO Steve Jobs e vice-presidente sênior de Software, Internet e Serviços Eddy Cue. “Então acreditamos que a divisão de 70/30 durará para sempre?”, inicia Schiller em e-mail para os colegas.

“Acredito que algum dia iremos encarar um desafio de outra plataforma ou soluções web que nos farão repensar o modelo, [...] Sei que isso é controverso, apenas considero como uma outra perspectiva para o tamanho da empresa, o que queremos alcançar e como podemos nos manter competitivos”, completou, anexando ao diálogo um artigo do Wall Street Journal sobre como web apps poderiam burlar a soberania da App Store.

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"Não estou sugerindo que façamos algo diferente hoje, apenas que quando alguma mudança for feita, ela seja durante um momento de força ao invés de fraqueza. Se possível, que utilizemos a alteração ao nosso favor", reflete o executivo.

Na época, a ideia de Schiller era reduzir a comissão da loja de aplicativos para 25% ou 20% se este valor continuasse gerando US$ 1 bilhão para a Apple. Atualmente, a Maçã continua cobrando 30% sobre vendas e assinaturas intermediadas pela App Store — exceto para pequenas companhias, que desde novembro devem contribuir apenas com 15% dos ganhos.

Ao fim da mensagem, o executivo reitera que a mensagem era apenas uma reflexão sobre a cobrança e como ela poderia se desenhar ao longo dos anos para perpetuar a Apple como líder.

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Mudou alguma coisa?

Não há confirmação de que a comissão da Apple está atrelada aos ganhos da companhia e, segundo a Bloomberg, os lucros da loja estão bem acima do US$ 1 bilhão anual — e ela ainda cobra os 30% em alguns casos. Mesmo que essa comissão não atue mais sobre todos os desenvolvedores, ainda incomoda distribuidoras maiores, como a Epic Games, que não têm qualquer alternativa para distribuir apps no iPhone além da App Store.

Curiosamente, o temor dos web apps pode ter se intensificado nos anos mais recentes. Aplicativos de streaming de jogos, por exemplo, recorreram ao formato para contornar as decisões ditas como arbitrárias da Apple, em que estaria interessada em avaliar os serviços de acordo com cada título disponível.

Os desdobramentos dessa disputa judicial devem perdurar meses, pelo menos. Vale continuar de olho no Canaltech para acompanhar cada uma das descobertas.

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Fonte: Bloomberg, The Verge