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Chefe do WhatsApp ataca segurança e falta de transparência do Telegram

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Fevereiro de 2023 às 11h16

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Montagem: Matheus Bigogno/Canaltech
Montagem: Matheus Bigogno/Canaltech

O chefe do WhatsApp, Will Cathcart, publicou uma série de tuítes nos quais faz sérias acusações contra o rival Telegram. O executivo disse que a plataforma de Pavel Durov é um imenso spyware russo e que as pessoas não deveriam instalar o app no celular.

Baseado em uma matéria da Wired, Cathcart disse que a criptografia de ponta a ponta (E2EE) usada pelo Telegram não é verificada de modo independente. Ele também criticou supostos pontos fracos na implementação do E2EE, como o fato de não ser ativa por padrão e a indisponibilidade para conversas em grupo.

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O chefe do WhatsApp acusou o Telegram de ser pouco transparente, de entregar dados para governos, indo na contramão das empresas de tecnologia na atualidade. "Em muitos casos, é impossível dizer o que realmente está acontecendo... se spyware ou informantes do Kremlin foram usados para invadir", publicou em uma das mensagens.

Cathcart finaliza seu ataque com um conselho para quem não deseja usar o WhatsApp por algum motivo: "Não use o Telegram!". O executivo não aponta alternativas, então fica difícil saber o que ele considera seguro além da sua plataforma.

Telegram responde

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Para não ficar para trás, o Telegram deu uma resposta no mesmo nível do rival. O porta-voz Remi Vaughn contatou alguns sites para rebater as alegações da Wired e os ataques do chefe do WhatsApp.

O representante alega erros no texto publicado e diz que a equipe editorial ignorou os comentários feitos pelo Telegram sobre o assunto. A plataforma então listou nove erros contidos no artigo, que podem ser mais, já que a resposta ainda deve ser expandida.

Entre os vários pontos refutados, um está associado ao rastreamento da localização, apontado como uma suposta falha de segurança. Vaughn disse que isto é opcional e apenas 0,01% dos usuários teriam deixado sua posição publicamente visível.

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Sobre a criptografia dos grupos e das conversas secretas, a lista elenca o uso do protocolo E2EE, que seria verificado de modo independente, sim, ao contrário da afirmação de Cathcart. O sistema teria sido checado por uma equipe da Universidade de Udine, na Itália, com o aval para o protocolo MTProto 2.0, usado pelo Telegram para proteger todos os chats.

Embora seja um app de código aberto, o Telegram alega não expor sua criptografia justamente para proteger o usuário. Além disso, os servidores são totalmente fechados, diz a nota, para que somente dispositivos autorizados pelo MTProto 2.0 consigam acessar as mensagens.

WhatsApp vs Telegram

O WhatsApp também é acusado de fornecer dados para órgãos reguladores e autoridades, o que indicaria uma possível forma de quebra da sua própria criptografia. Além disso, com a realização de backups de conversas no Google Drive sem um sistema criptográfico, as conversas e mídias ficam desprotegidas.

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A guerra entre WhatsApp e Telegram é antiga, com troca de acusações e farpas de ambos os lados. O usuário apenas assiste ao jogo de retóricas, sem saber qual lado está certo.

Fato é que o WhatsApp tenta se reinventar constantemente para oferecer algo mais próximo dos recursos do Telegram. Já o mensageiro russo, apesar de ter menos usuários, segue na vanguarda do setor quanto à funcionalidade, porém com uma postura um tanto quanto negligente quanto ao tratamento com autoridades.

Aqui no Brasil, o Telegram foi multado por não cumprir uma determinação do STF. A plataforma pagou a quantia bilionária, mas pediu que o ministro Alexandre de Moraes reconsiderasse a decisão, o que foi negado. Antes, o mensageiro foi acusado de descumprir um acordo para combate às fake news.