Publicidade

ChatGPT começa a ser vendido para empresas

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

Compartilhe:
Alveni Lisboa/Canaltech
Alveni Lisboa/Canaltech

O ChatGPT lançou uma API que permitirá a integração do serviço em aplicativos, sites, produtos e serviços. A medida deixará que desenvolvedores externos usem a tecnologia GPT-3.5 de modo criativo no ambiente empresarial.

Segundo o presidente e um dos cofundadores da OpenAI, Greg Brockman, o plano inicial da companhia sempre foi oferecer esse serviço de integração, porque é aí que a tecnologia ganha um caráter utilitário de mercado. Em entrevista concedida para o site TechCrunch, ele explicou melhor os planos da empresa.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

Brockman disse ter levado um tempo para alcançar um nível de qualidade ideal para o uso aberto e em grande escala. Agora, tudo está pronto para oferecer o modelo de IA capaz de responder a perguntas e executar tarefas.

A versão disponibilizada para o mercado é mais avançada que o ChatGPT e um pouco abaixo da usada no Bing. Em razão disso, foi apelidada pelo executivo de GPT-3.5-Turbo, por se tratar de um aprimoramento pensado para ser ajustado à imensa variação de usos planejados.

A API deve oferecer uma janela de escrita com suporte a até 16 mil caracteres, o que representa quatro vezes mais que o modelo atual do ChatGPT. Isso deve dar mais liberdade para se trabalhar com conteúdos mais profundos, como tabelas, cálculos complexos ou histórias longas.

Quanto custará a API do ChatGPT?

Após meses de uso gratuito, a OpenAI parece estar disposta a finalmente obter algum lucro direto com seu produto. Além das assinaturas do ChatGPT Plus, a empresa agora vai cobrar dos empresários dispostos a implementar a tecnologia.

O custo inicial será de US$ 0,002 para compra de 1.000 tokens, o que deve equivaler a respostas com 750 palavras. Esse custo será cobrado a cada uso feito pelo usuário, portanto pode ter impacto milionário para as empresas mensalmente, dependendo da utilização.

Nesta fase inicial, o Snapchatcomo relatado pelo Canaltech recentemente —, a Quizlet, o Instacard e o Shopify foram os contemplados. O custo mensal servirá para cobrir o gigantesco poder de processamento computacional exigido para executar o ChatGPT corretamente, além de fornecer algum lucro para os criadores.

Brockman disse que será possível moldar a IA para funcionar como um tutor para alunos ou para tirar dúvidas sobre produtos à venda. Cada uma das empresas iniciais deve ter um propósito específico. No caso do Snapchat, por exemplo, o recurso é apenas voltado para conversas divertidas. Já no Instacart, o modelo vai apresentar produtos conforme a solicitação do usuário, como é possível ver abaixo.

Continua após a publicidade

Futuro do ChatGPT nas empresas

Existe algum temor no uso do ChatGPT por causa dos erros recorrentes da ferramenta. Marca nenhuma gostaria de ofertar uma tecnologia para o consumidor que cometesse deslizes ou fosse imprecisa.

Para que isso não ocorra, o executivo diz ter uma equipe dedicada a melhorar o código (backend) da ferramenta. Além disso, um sistema de instruções deve permitir à cada cliente adaptar e filtrar as respostas do modelo para serem mais eficazes. Se algo for insatisfatório, o cliente pode dar o feedback e os desenvolvedores correm para corrigir.

Continua após a publicidade

A OpenAI ainda deve fazer atualizações automáticas do modelo GPT para mantê-lo sempre na versão mais estável e funcional. A atual oferecida ao mercado é a GPT-3.5-Turbo-0301, que deve ser mantida até a versão 4.0 ser efetivamente implementada. Se os profissionais quiserem, poderão manter a versão antiga por uma questão de compatibilidade ou de funcionamento.

Com rivais chegando ao mercado, a OpenAI precisa correr contra o tempo para ser a pioneira no setor. Em termos tecnológicos, quem inova primeiro costuma se destacar nos primeiros anos da tecnologia, o que poderia garantir alguns recursos para seguirem na criação de IAs ainda melhores.

Fonte: TechCrunch