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99 é acusada de mentir sobre valor repassado aos motoristas da plataforma

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 23 de Dezembro de 2021 às 14h59

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Divulgação/99
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A 99 está no centro de uma polêmica sobre o valor repassado aos motoristas pelas corridas feitas na plataforma. Segundo documentos obtidos pelo The Intercept Brasil, a empresa alegava reter até 40% da quantia das corridas, mas casos analisados por vereadores de São Paulo revelaram números que beiram os 60%. Os dados obtidos pelos políticos são fruto do relatório produzido pela CPI dos Aplicativos de Transporte.

As taxas cobradas pela 99 são calculadas a partir de uma tabela que lista o repasse mínimo ao motorista, valor que pode variar conforme o tempo e a quantidade de quilômetros rodados. A empresa nunca divulgou dados mais sólidos sobre esse cálculo nem quanto tira de lucro em cima de cada viagem dos seus colaboradores.

Em audiência realizada no dia 23 de novembro, o diretor de políticas públicas da empresa, Diogo Santos, teria afirmado aos vereadores que as tarifas cobradas do motorista variam entre 10% e 40%, com valor médio de 14%. Segundo ele, em uma corrida de R$ 10, a empresa receberia algo entre R$ 1,40 e R$ 4,00, e o restante do valor iria para o motorista.

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Alguns prints de tela exibidos pelo vereador Marlon Luz (Patriota) e cedidos ao The Intercept, contudo, revelaram que o percentual abocanhado pelo pela 99 pode chegar a 60%. Em uma corrida de R$ 15,06, o motorista ficou com apenas R$ 6,65, valor que atualmente não paga sequer um litro de gasolina na maioria das capitais brasileiras.

Essa é considerada uma taxa elevadíssima, porque o motorista é quem tem o gasto mais elevado nessa balança — combustível, peças, depreciação do veículo e lucro. Segundo a 99, taxas são definidas por uma equação que considera trânsito, chuva e demanda no momento do pedido.

Em resposta ao pedido do The Intecept Brasil, a 99 se defendeu e disse que os fatos serão esclarecidos na própria Comissão aos vereadores. A companhia reafirmou que a taxa média praticada é de 14%, com uma variação máxima de até 40%.

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Dificuldade para encontrar motoristas disponíveis

Além da 99, a Uber também é investigada pelos políticos paulistanos. O objetivo é entender porque o mercado desaqueceu tanto e levou motoristas a desistirem de trabalhar com o transporte via aplicativos. Entre as denúncias apuradas estão o abuso das companhias nos descontos sobre as corridas, que prejudicam o lucro dos condutores parceiros e fazem com que o passageiro pague mais caro.

De 2020 para cá, se locomover nas grandes cidades virou um martírio para a maioria das pessoas: é praticamente impossível conseguir um carro na Uber ou na 99 de primeira. Há relatos de pessoas que aguardam 20-30 minutos e não conseguem fazer o trajeto desejado. Além do baixo número de veículos, muitos motoristas recusam corridas muito curtas ou para locais distantes demais e sem demanda de passageiros, pois temem ficar no prejuízo.

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Posicionamento da 99

Por meio de sua assessoria de imprensa, a 99 se posicionou sobre o assunto. Abaixo, você confere a declaração da empresa na íntegra:

Sobre a reportagem veiculada na quarta-feira (22), pelo The Intercept Brasil, a respeito de cobrança de taxas praticadas nas corridas com a 99, a companhia esclarece que:

1. A 99 reitera que a taxa média praticada pela Cia é de 14%, e a máxima, de 40%, conforme depoimento prestado pelo Diretor de Políticas Públicas da 99 durante sessão da CPI da Câmara Municipal de São Paulo no último dia 7 de dezembro de 2021.

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2. Em casos pontuais, o recibo apresentado ao motorista parceiro não detalhou que o montante total pago a 99 pelo passageiro incluía tanto o valor da viagem atual quanto débitos anteriores do passageiro, quando utiliza dinheiro em espécie como forma de pagamento. Esses débitos podem se referir, mas não somente, a taxas por cancelamento, saldo devedor de corridas prévias e a compra de pacotes de desconto como o Economiza99, por exemplo. Assim, essa diferença é cobrada do passageiro na próxima viagem, aumentando o valor final pago a 99, o que pode dar a falsa impressão de haver maior repasse à empresa naquela viagem. Contudo, o recibo indica, na verdade, a soma de dois débitos cumulativos, e respeita a taxa máxima de 40% por viagem. Este erro de comunicação indicado em recibos pontuais já foi corrigido, e a partir de agora, tais itens serão claramente discriminados, conforme print abaixo:

3. Para manter o equilíbrio da plataforma diante dos constantes reajustes dos combustíveis que impactam negativamente o transporte por aplicativos, a 99 foi a primeira empresa a reajustar os ganhos dos motoristas parceiros entre 10% e 25%, nas 1.600 cidades do Brasil onde a empresa opera. A iniciativa trouxe mais ganhos aos motoristas ao mesmo tempo que manteve a acessibilidade e oferta do serviço aos usuários, uma vez que a maior parte deste aumento para os motoristas tem sido subsidiada pela empresa.

Fonte: The Intercept Brasil