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OMS: com dificuldade no isolamento, é possível que coronavírus nunca vá embora

Por| 14 de Maio de 2020 às 18h03

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Na última quarta (13), Mike Ryan, especialista em emergências em saúde da OMS, alertou para a possibilidade de que o SARS-CoV-2 possa se tornar endêmico. Em outras palavras: mesmo que uma vacina eficaz seja desenvolvida — o que ainda não é tido como certo pela ciência —, ainda será necessário um "grande esforço" para controlar o vírus.

"Acho importante trazer isso à tona: esse vírus pode se tornar apenas outro vírus endêmico em nossas comunidades. E esse vírus pode nunca desaparecer”, afirmou Ryan. Vale lembrar que o conceito de endemia tem como base a recorrência de uma determinada doença em uma ou mais regiões do globo. Um dos fatores que contribuem para a dificuldade do controle do coronavírus é a taxa de isolamento das cidades.

Enquanto isso, no início da semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou que o fim do isolamento é de extrema importância para o controle da doença, e que deve acontecer lenta e gradualmente. Ele aproveitou também para alertar sobre a preocupação em torno de uma possível segunda onda de infecções. 

Referindo-se ao lockdown (o isolamento imposto com mais rigor à população, algo que inclusive vem sendo adotado por algumas cidades brasileiras), o diretor-geral da OMS afirmou que a medida tem um custo e que reconhece o sério impacto socioeconômico, com direito a um efeito prejudicial na vida de muitas pessoas: "Para proteger vidas e meios de subsistência, um levantamento lento e constante do lockdown é essencial para a economia, além de manter atenção sobre o vírus, para que medidas de controle possam ser implementadas rapidamente se uma melhoria nos casos for identificada".

OMS: com dificuldade no isolamento, é possível que coronavírus nunca vá embora

Segundo Tedros, antes de encerrar as medidas de isolamento, os países devem fazer três perguntas-chave: "A epidemia está sob controle?", "o sistema de saúde é capaz de lidar com o ressurgimento de casos que pode acontecer após o relaxamento de certas medidas?" e "o sistema de vigilância em saúde pública é capaz de detectar e gerenciar os casos e seus contatos e identificar um ressurgimento de casos?".  Essas três perguntas podem ajudar a determinar se o isolamento pode ser liberado lentamente ou não. No entanto, Tedros ressalta que mesmo com três respostas positivas, liberar do isolamento é uma tarefa complexa e difícil.

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O diretor-geral ressalta, ainda, que a OMS está trabalhando em estreita colaboração com os governos para garantir que as principais medidas de saúde pública permaneçam em vigor para lidar com o desafio de suspender o lockdown.

Reabertura de escolas

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Outra questão levantada pelo pronunciamento do diretor-geral da OMS foi a reabertura das escolas, algo que tem gerado muito debate no mundo afora. Tedros orienta que os governadores devem refletir sobre vários fatores ao decidir se devem reabrir as escolas e como fazer isso: "Primeiro, é necessário um entendimento claro sobre a transmissão atual da COVID-19 e a gravidade do vírus em crianças. Segundo, a epidemiologia de COVID-19, onde a escola está localizada geograficamente, precisa ser considerada. Terceiro, a capacidade de manter as medidas de prevenção e controle da COVID-19 dentro do ambiente escolar", orienta. Ao refletir sobre a decisão de reabrir as escolas, o governo local deve avaliar a capacidade das instituições de ensino em manter medidas protetivas de infecção, prevenção e controle.

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Fonte: Organização Mundial da SaúdeBBC