COVID-19 | Estudo quer descobrir se é seguro cantar e usar instrumentos de sopro
Por Natalie Rosa | 25 de Julho de 2020 às 08h30
O novo coronavírus SARS-CoV-2 é transmitido através de gotículas que podem sair do nariz ou da boca e que, uma vez em contato com uma pessoa que não está contaminada, as chances de adquirir a COVID-19 são grandes. Por isso, o simples ato de cantar ou tocar um instrumento de sopro pode ser algo arriscado.
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Para entender a gravidade do risco de contaminação pelo vírus, Declan Costello, cirurgião de garganta ouvido e nariz (e que também é tenor), vem conduzindo um estudo com a participação de 25 cantores e 15 profissionais dos instrumentos de sopro.
Os participantes precisam cantar e tocar em um ambiente extremamente limpo, o que ajuda a prevenir infecções durante cirurgias, por exemplo, e isso foi feito com a ajuda de um funil. Então, qualquer partícula detectada com alguma alteração será, com certeza, vinda do canto e dos instrumentos de sopro que aconteceram dentro do objeto, uma vez que não haverá nada na atmosfera do local.
O objetivo específico do estudo é descobrir como a quantidade e o tamanho das gotículas e partículas de aerossol gerada pelo canto e sopro atuavam em comparação com a tosse, por exemplo, e outras formas de vocalização. Como as gotículas podem atingir uma distância entre um e dois metros, as regras de distanciamento social são válidas para evitar a contaminação.
O estudo ainda não foi concluído, mas Costello diz estar otimista. Segundo o especialista, no Reino Unido, por exemplo, há uma grande comunidade de músicos que buscam poder voltar logo às atividades, pois muitas pessoas têm isso como sustento.
"Eu gostaria muito de poder voltar a cantar, mas de uma forma segura. Mesmo que eu fique chateado se o canto for privado ainda mais, é o meu dever ser o mais transparente que eu puder. Se acontecer de cantar ser perigoso, nós precisamos saber disso", completa o médico.
Fonte: The Guardian