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Cientistas avaliam efeitos de aplicação de vacinas da gripe e COVID juntas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 23 de Junho de 2021 às 17h10

twenty20photos/envato
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É possível que a vacina contra o coronavírus SARS-CoV-2 integre o calendário de vacinação nos próximos anos de inúmeros países, como o Reino Unido. Em paralelo, a vacinação da gripe (influenza) já é aplicada anualmente em milhões de pessoas. Agora, pesquisadores britânicos investigam se é possível administrar os dois imunizantes, de forma simultânea.

Com o fim das medidas de proteção, como uso de máscaras e distanciamento social, o Serviço Nacional de Saúde (NHS), no Reino Unido, se prepara para um aumento potencial de casos de gripe durante o inverno. Nesse cenário, as duas vacinas devem ser importantes para não sobrecarregar os sistemas de saúde com alta demanda das doenças respiratórias.

Agora, o estudo ComFluCov, liderado por pesquisadores do NHS, analisa quais efeitos colaterais as pessoas obtêm quando recebem a vacina contra a gripe e a vacina Covishield (Oxford/AstraZeneca) ou Pfizer/BioNTech. Além disso, investigam a consistência da resposta imunológica do organismo para cada dose e possíveis efeitos colaterais.

Pesquisa britânica avalia eficácia e segurança de se aplicar a vacina da gripe e da COVID-19 juntas (Imagem: Reprodução/Mat Napo/Unsplash)
Pesquisa britânica avalia eficácia e segurança de se aplicar a vacina da gripe e da COVID-19 juntas (Imagem: Reprodução/Mat Napo/Unsplash)

Em paralelo, a farmacêutica norte-americana Novavax trabalha no desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19 que poderia ser administrada com a da gripe. Ainda não foram publicados detalhes sobre os testes, mas os resultados obtidos pela farmacêutica demonstraram ser possível a aplicação conjunta e que isso não reduzia a resposta imunológica.

Alta de casos da gripe

Desde o início da pandemia da COVID-19, as medidas que visavam barrar a transmissão da doença, como lockdown, distanciamento social e uso de máscaras, reduziram o risco de contrair não só o coronavírus, mas também de outros vírus respiratórios, como a gripe. Divulgado por pesquisadores do Royal College of GPs, o relatório confirma a queda de casos da gripe durante esses meses.

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Agora, muitas dessas medidas devem ser flexibilizadas nos próximos meses. Dessa forma, as autoridades de saúde britânica esperam um ressurgimento significativo dos vírus da gripe. “As restrições [contra a transmissão do coronavírus] não serão tão pesadas [no inverno] e, como resultado, haverá uma epidemia de gripe”, afirmou Graham Medley, professor da London School of Hygiene and Tropical Medicine, para o jornal The Guardian.

Resultados do estudo

Os resultados do estudo ComFluCov, do NHS, são esperados para agosto ou setembro deste ano. Por enquanto, é analisado o impacto de dar a segunda dose da vacina da COVID-19 com a da gripe, mas, provavelmente, outras pesquisas serão necessárias para viabilizar uma dose de reforço contra o coronavírus (3ª dose) e a da gripe. É este segunda cenário que Adam Finn, professor da Bristol Medical School, aguarda para o próximo inverno.

Uma preocupação da pesquisa é entender como o sistema imunológico pode responder a mais de uma vacina, explicou Martin Hibberd, professor da London School of Hygiene and Tropical Medicine. “Então, você pode obter uma resposta muito boa à vacina contra a COVID-19, digamos, mas não muito boa para a gripe [vacina] ou ao contrário. E isso pode ser um problema”, comentou Hibberd. Por outro lado, é possível que  a imunização dupla aumente a resposta imunológica das duas fórmulas. Outra questão é entender se os efeitos colaterais produzidos ao administrar as duas vacinas são piores que quando administradas isoladamente. 

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Fonte: The Guardian