Apple está cada vez mais dependente da China, diz Reuters
Por Wagner Wakka | 29 de Agosto de 2019 às 14h15
Diante de questões comerciais entre Estados Unidos e China, a Apple está fazendo o que pode para tirar suas produções do país asiático. Contudo, números levantados pela agência Reuters mostram que a empresa ainda não conseguiu se livrar das dependências do território chinês.
Em julho, o governo de Donald Trump anunciou aumento da tarifa de importação de produtos eletrônicos provenientes da China. O imposto de 15% sobre esses importados será aplicado somente a partir de dezembro deste ano, mas as companhias já estão se movimentando para tentar fugir disso.
Segundo dados apresentados pela Reuters nos últimos cinco anos, a Apple expandiu sua produção com fábricas fora da China, apostando em locais como Índia e Brasil. O gráfico da agência de notícias mostra que a gigante da tecnologia já contava com uma fábrica no Brasil desde 2012, a da Foxconn, em Jundiaí, no interior de São Paulo. Contudo, a empresa expandiu a produção por aqui em 2016, passando para três linhas de produção. Hoje, o número é de duas linhas de produção em solo nacional.
Segundo a Reuters, a Apple manteve suas fábricas por aqui por conta de tarifas locais. Já a Índia ganhou sua primeira fábrica em 2016 e, hoje, também já conta com três linhas de produção, uma a mais que o Brasil.
O que o veículo mostra, contudo, é que, mesmo aumentando sua produção na Índia e por aqui, a Apple teve um crescimento ainda maior na China. Em 2015, ela contava com 30 linhas de produção, número que subiu para 52 em 2019. Ou seja, a empresa ainda depende — e muito — da China para o seu negócio.
Segundo a Reuters, ainda, as fábricas na Índia e Brasil também seriam destinadas apenas para produção local, o que não ajudaria muito na demanda mundial da empresa.
Junto a isso, a maioria das companhias da cadeia de fornecedores da Apple – como as que fazem chips, vidros, circuitos e outras peças para a gigante – também está majoritariamente concentrada na China. Em 2015, 44,9% destas empresas estavam no país asiático, número que subiu para 47,6% em 2019.
Segundo a agência de notícias, a análise contou com dados de 750 locais, entre 2015 e 2019, em que a Apple produz ou faz parte de sua cadeia de fabricantes.
Outras empresas também já estão fazendo seu movimento para fora da China. Nesta semana, o jornal Nikkei revelou que a Google poderia mover a produção da linha Pixel para o Vietnã, também para fugir da guerra tarifária entre EUA e China.
Fonte: Reuters