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Equador não vai mais intervir na relação entre Assange e a embaixada em Londres

Por| 24 de Outubro de 2018 às 21h30

Equador não vai mais intervir na relação entre Assange e a embaixada em Londres
Equador não vai mais intervir na relação entre Assange e a embaixada em Londres
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Em uma decisão um tanto polêmica, o Ministro das Relações Exteriores do Equador, José Valencia, afirmou que o governo equatoriano não irá interferir na disputa entre Julian Assange e a Embaixada do país em Londres sobre as condições de asilo do fundador da WikiLeaks.

Em entrevista para a Reuters na terça-feira (23), Valencia afirmou que os representantes do Equador não são advogados de Assange, que a obrigação do país é manter o australiano em segurança e que as condições da estadia dele na embaixada devem ser acertadas diretamente com os representantes em Londres. Essa é a primeira vez que o governo do Equador se recusa a mediar o diálogo entre Assange e autoridades do governo britânico desde que concedeu asilo ao australiano na embaixada do país sul-americano em Londres, em 2012.

O desentendimento entre as partes começou quando Assange processou o governo do Equador para garantir melhores condições de asilo, no momento em que oficiais britânicos exigiram que Assange pagasse suas próprias despesas médicas e ligações telefônicas, além de que ele limpasse a sujeira de seu gato de estimação.

Segundo Valencia, ele se sentiu frustrado quando Assange deu entrada no processo na justiça equatoriana durante a semana passada sobre os novos termos de sua estadia na embaixada, alegando que não há nenhum acordo internacional que obrigue o Equador a pagar pelas despesas pessoais de Assange.

Já Lenin Moreno, presidente do Equador, declarou que um asilo político em embaixada não é uma oferta de estadia eterna, mas ao mesmo tempo demonstrou preocupação sobre a possibilidade de Assange ser extraditado para os Estados Unidos, que possui um mandado de prisão para o australiano devido à publicação de segredos diplomáticos e militares do país no site WikiLeaks. O principal medo de familiares, amigos e dos advogados de Assange é de que, caso Assange seja expulso da embaixada, ele seja pego pela polícia de Londres e extraditado para os Estados Unidos.

Com cidadania equatoriana desde dezembro do ano passado, a governo do país já tentou transformá-lo em embaixador do Equador para missões diplomáticas na Inglaterra e na Rússia, o que o permitiria sair da embaixada sem a possibilidade de ser extraditado, mas a nomeação do australiano foi negada pelo parlamento britânico.

Fonte: Reuters