Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Mais velha do que a Terra, esta rocha de 4,6 bilhões de anos é um meteorito

Por| Editado por Patricia Gnipper | 21 de Julho de 2021 às 15h40

EAARO
EAARO
Continua após a publicidade

Um aparente pedaço de rocha encontrado no Condado de Gloucester, no sudoeste da Inglaterra, é, na verdade, um meteorito com idade estimada em 4,6 bilhões de anos — ou seja, mais antigo do que o nosso planeta. Este fragmento espacial, com quase a mesma idade do Sistema Solar, pode fornecer pistas quanto a formação do nosso sistema planetário e até mesmo como a vida teria surgido aqui na Terra.

Como não é possível voltar no tempo para conferir como tudo aqui no Sistema Solar começou, os cientistas usam estes fragmentos espaciais para reconstruir algumas peças deste grande quebra-cabeça. Descoberto por Derek Robson, astroquímico da East Anglian Astrophysical Research Organization (EAARO), em março deste ano, as primeiras análises revelam que o meteorito veio de uma região entre as órbitas de Marte e Júpiter, provavelmente deslocado pela gravidade dos planetas próximos ou pela colisão entre asteroides.

O meteorito recuperado na Inglaterra, classificado como um condrito carbonáceo (Imagem: Reprodução/EAARO)
O meteorito recuperado na Inglaterra, classificado como um condrito carbonáceo (Imagem: Reprodução/EAARO)

Agora, cientistas da Universidade de Loughborough estão realizando análises mais aprofundadas para determinar a estrutura e composição química do meteorito. Junto de seus colegas da EAARO, os pesquisadores estão usando técnicas de microscopia eletrônica para pesquisar a morfologia da superfície, além de espectroscopia vibracional e difração de raios-X para determinar as interações que este pedaço de rocha espacial experimentou em todo seu tempo pelo Sistema Solar.

Segundo o microscopista Shaun Fowler, a estrutura interna do meteorito é frágil e fracamente ligada, porosa, com algumas fissuras e rachaduras. “Significa que esteve lá fora, além de Marte, intocado, desde antes de qualquer um dos planetas ser criado, com isso temos a rara oportunidade de examinar um pedaço de nosso passado primordial", acrescente Fowler. Além de ser o primeiro meteorito recuperado na Inglaterra nos últimos 30 anos, o pedaço de rocha chama a atenção também por ser um tipo raro, conhecido como condrito carbonáceo.

Através da microscopia eletrônica, é possível visualizar a estrutura interna do meteorito (Imagem: Reprodução/EAARO)
Através da microscopia eletrônica, é possível visualizar a estrutura interna do meteorito (Imagem: Reprodução/EAARO)

Ao contrário da boa parte dos meteoritos que são formados por ferro, um condrito carbonáceo é, basicamente, composto por carbono e silício — sua cor enegrecida já indicava isso. Este tipo de meteorito tem menos chances de sobreviver a entrada na atmosfera da Terra, por isso este tipo representa apenas 5% dos pedaços de rocha espacial encontradas em nosso planeta. São também ricos em materiais orgânicos, o que pode fornecer pistas sobre a formação da matéria orgânica por aqui.

Continua após a publicidade

O astroquímico Derek Robson explica que os condritos carbonáceos contêm aminoácidos encontrados em todos os seres vivos. "Ser capaz de identificar e confirmar a presença de tais compostos a partir de um material que existia antes do nascimento da Terra, seria um passo importante para entender como a vida começou", acrescenta Robson.

Fonte: ScienceAlert, Loughborough University