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Eclipse solar total afetou transmissão da hora certa dos EUA

Por| Editado por Luciana Zaramela | 19 de Abril de 2024 às 09h15

Justin Dickey/Unsplash
Justin Dickey/Unsplash
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O eclipse solar total do dia 8 de abril causou uma pequena alteração na transmissão do horário nos Estados Unidos, realizada por uma estação governamental de rádio. O fenômeno não atrapalhou os ouvintes, e vai ajudar os cientistas a compreenderem melhor como os eclipses afetam a ionosfera terrestre.

Desde 1945, a WWV transmite o "horário oficial dos EUA" do Observatório Naval dos EUA, que garante que os horários estejam ajustados uniformemente no país. O serviço é utilizado em diversos setores, como navegação, transporte, pesquisa e radiodifusão, além de ajudar operadores de radioamador a testarem seus equipamentos.

As transmissões são feitas em várias frequências de ondas curtas 24 horas por dia, 7 dias por semana, para ouvintes em todo o mundo. Contudo, Kristina Collins, uma operadora de radioamador de Cleveland, Ohio, compilou dados que demonstraram uma mudança na frequência da WWV.

Ela reuniu dados de 13 estações de monitoramento ao longo da trajetória da totalidade do eclipse solar, e encontrou uma assinatura de curva em S durante o momento em que a Lua cobriu completamente o Sol. Quando a sombra lunar atingiu a ionosfera, formou-se um “buraco” temporário onde a ionização foi reduzida.

Foto do eclipse visto do espaço, revelando a sobra da Lua projetada na Terra (Imagem: Reprodução/Mir Crew 27/CNES)
Foto do eclipse visto do espaço, revelando a sobra da Lua projetada na Terra (Imagem: Reprodução/Mir Crew 27/CNES)

A ionosfera é uma das camadas atmosféricas superiores da Terra, onde a radiação solar de raios X ioniza os átomos — ou seja, arranca os elétrons de seus núcleos atômicos —, criando assim uma camada composta por elétrons livres.

Certos comprimentos de onda de rádio são refletidos pela ionosfera e retornam à superfície, efeito aproveitado para transmissões a distâncias intercontinentais. Uma das transmissoras que utilizam esse recurso é a WWV.

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Quando a sombra da Lua cobriu a ionosfera acima de alguns estados dos EUA, a ionização causada pela radiação solar foi reduzida, afetando o efeito de reflexão das ondas de raio. A alteração foi mínima, mas o suficiente para forçar as ondas de rádio a percorrerem um trajeto ligeiramente maior.

O físico especialista em clima espacial Larry Carr, do Brookhaven National Labs, usou a frequência de ondas da WWV (10 MHz) e a mudança média causada pelo eclipse (1/2 Hz) para calcular a velocidade de movimento da parte inferior da ionosfera. Segundo seus resultados, a velocidade foi superior a 15 m/s.

Carr também concluiu que, durante todo o eclipse, a parte inferior da ionosfera moveu-se cerca de 50 km. Embora pareça muito, algo semelhante acontece durante a noite, que é quando o Sol também deixa de ionizar a atmosfera superior. Por outro lado, essas medições serão importantes para uma compreensão cada vez maior sobre como os eclipses afetam nosso planeta.

Fonte: Spaceweather.com