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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (18/06 a 24/06/2022)

Por| Editado por Rafael Rigues | 25 de Junho de 2022 às 11h00

M. Xie, C. Wu, Y. Zhang, B. Tang/C. Stocks/B. Chakrabarti
M. Xie, C. Wu, Y. Zhang, B. Tang/C. Stocks/B. Chakrabarti
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As últimas fotos selecionadas pelos astrônomos da NASA vão impressionar os entusiastas da ciência espacial — principalmente aqueles apaixonados pelas cores e formas das nebulosas e galáxias, que apareceram com toda sua beleza por aqui. Este compilado também traz fotos de estrelas; uma delas é o nosso Sol, fotografado ao longo de um ano em um analema incrível.

Outro destaque desta seleção de imagens é um jogo simples, mas desafiador, que te permite criar um sistema planetário. Será que você conseguirá criar um sistema que dure mil anos sem perder nenhum "membro"?

Confira estas e outras fotos abaixo:

Sábado (18) — A estrela Gamma Cygni

O brilho da estrela Gamma Cygni, que aparece na parte inferior da foto (Imagem: Reprodução/Min Xie, Chen Wu, Yizhou Zhang, Benchu Tang)
O brilho da estrela Gamma Cygni, que aparece na parte inferior da foto (Imagem: Reprodução/Min Xie, Chen Wu, Yizhou Zhang, Benchu Tang)

Esta é a estrela Gamma Cygni (ou “Sadr”), membro da constelação Cygnus, o Cisne. Ela é uma estrela supergigante, e suas dimensões se tornam impressionantes quando a comparamos com nosso Sol: ela tem massa equivalente a 12 vezes a do nosso astro, seu raio chega a 150 vezes o do Sol e emite mais de 33 mil vezes mais energia que nossa estrela.

Aqui, ela aparece acompanhada da nebulosa de emissão IC 1318, localizada a cerca de 4 mil anos-luz de nós. Também conhecida como “Nebulosa da Borboleta”, ela é formada por gases brilhantes e poeira escura, vindos de interações complexas entre ventos interestelares, pressões radioativas, campos magnéticos e gravidade.

No lado direito da estrela, está o aglomerado estelar aberto NGC 6910; este nome é dado aos aglomerados estelares com alguns milhares de estrelas, formadas a partir da mesma nuvem molecular e com idade parecida. Mais de 1.100 aglomerados abertos já foram encontrados na Via Láctea. Normalmente, eles existem por algumas centenas de milhões de anos.

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Domingo (19) — Crie seu próprio sistema planetário

Captura de tela do jogo Super Planet Crash (Imagem: Reprodução/Stefano Meschiari (U. Texas at Austin) & the SAVE/Point Team)
Captura de tela do jogo Super Planet Crash (Imagem: Reprodução/Stefano Meschiari (U. Texas at Austin) & the SAVE/Point Team)

Será que você consegue criar um sistema planetário capaz de durar mil anos? É esta a ideia do jogo Super Planet Crash, que te permite criar astros de diferentes tipos e posicioná-los no local desejado em relação à estrela central. Você pode colocar uma Terra ali, um gigante gasoso, uma anã marrom e até uma estrela anã branca; independentemente do que escolher, cada um deles estará gravitacionalmente preso à estrela e aos demais planetas.

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Você ganha pontos e até bônus de acordo com a complexidade e habitabilidade dos sistemas que criar — como a habitabilidade exige água em estado líquido, fique de olho na distância entre os planetas e a estrela. A partida acaba quando o sistema completar mil anos, ou quando algum planeta for expulso em função das interações gravitacionais com seus vizinhos.

O jogo ilustra, de forma simples e interativa, o porquê de alguns sistemas exoplanetários encontrados nos últimos anos permanecerem estáveis. Além disso, após algumas partidas, você deve perceber que há bons motivos para os astrônomos considerarem que o Sistema Solar perdeu “membros” durante sua formação.

Para encarar o desafio de criar um sistema planetário, é só clicar aqui.

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Segunda-feira (20) — Rocha misteriosa em Marte

Foto feita pelo instrumento Mastcam, do rover Curiosity (Imagem: Reprodução/NASA, JPL-Caltech, MSSS)
Foto feita pelo instrumento Mastcam, do rover Curiosity (Imagem: Reprodução/NASA, JPL-Caltech, MSSS)

Esta estranha estrutura rochosa retorcida foi encontrada pelo rover Curiosity em maio, enquanto explorava o Planeta Vermelho. É provável que ela tenha sido formada por água subterrânea, que fluiu por uma rocha marciana no passado e depositou minerais em rachaduras internas; muitos anos depois, a rocha foi exposta à atmosfera e ao vento, que desgastou o material mais macio ao redor do material cimentado.

As rochas foram encontradas no Monte Sharp, a montanha central no interior da cratera Gale. Formada por uma grande pilha de rochas e sedimentos, Mount Sharp levou mais de 2 bilhões de anos para ser surgir através da ação de fluxos de água em estado líquido, que correram pela cratera e criaram uma estrutura em camadas com quase 5 km de altura.

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Ao que tudo indica, grande parte das camadas foi depositada quando a cratera ainda era, possivelmente, o lar de um antigo lago, o que a torna um ótimo lugar para a busca de seres vivos que talvez existam, ou possam ter existido, em Marte. Contudo, escalar o monte não é uma tarefa fácil, e a tarefa pode causar danos consideráveis às rodas do rover Curiosity.

Terça-feira (21) — Analema do Sol

Composição de várias fotos do Sol feitas ao longo de um ano, sempre na mesma hora e lugar (Imagem: Reprodução/Meiying Lee)
Composição de várias fotos do Sol feitas ao longo de um ano, sempre na mesma hora e lugar (Imagem: Reprodução/Meiying Lee)
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Os analemas (representações das variações na posição aparente do Sol observadas em um lugar fixo na Terra) são excelentes formas de visualizarmos como nosso astro muda de posição ao longo do ano em relação a nós. O analema da imagem acima, por exemplo, mostra uma composição de fotos feitas sempre no mesmo lugar e horário durante um ano na cidade de Taipei, em Taiwan, durante o ano passado.

Para entender as mudanças de posição do Sol, vamos começar no lado esquerdo da imagem. Ali, na parte inferior, está nosso astro durante o solstício (quando a trajetória aparente do Sol está no ponto mais ao sul, ou norte, em relação ao equador terrestre) de dezembro, enquanto o solstício de junho aparece do lado direito. A imagem também mostra a posição do Sol no restante do dia em solstícios e equinócios (ou seja, quando o Sol fica bem acima do equador da Terra).

Se você acompanhou as notícias, deve saber que o inverno começou no hemisfério sul nesta terça-feira (21); enquanto isso, o hemisfério norte acaba de iniciar o verão. As estações são causadas pela inclinação da Terra conforme se move ao redor do Sol e, com o início do inverno, nosso hemisfério receberá mais luz solar indireta, reduzindo a temperatura por aqui. Já o norte terá mais calor em função da maior incidência de luz solar direta.

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Quarta-feira (22) — A Nebulosa do Véu

No passado, uma estrela explodiu e deixou para trás a Nebulosa do Véu (Imagem: Reprodução/Craig Stocks (Utah Desert Remote Observatories)
No passado, uma estrela explodiu e deixou para trás a Nebulosa do Véu (Imagem: Reprodução/Craig Stocks (Utah Desert Remote Observatories)

Em direção à constelação Cygnus, o Cisne, a cerca de 2.100 anos-luz da Terra, há um objeto formado pelo que restou de uma estrela massiva que chegou ao fim de sua vida no passado. Há cerca de 10 mil anos, esta estrela com 20 massas solares explodiu em uma supernova violenta. O fenômeno intenso liberou ondas de choque e detritos que esculpiram a Nebulosa do Véu, o remanescente na foto acima.

Como você deve ter imaginado, o nome deste objeto se deve a sua estrutura de filamentos delicados como um véu. A imagem foi processada digitalmente para remover as estrelas e destacar os filamentos do remanescente. Além disso, os filtros de cor utilizados destacam alguns elementos presentes ali: o enxofre, por exemplo, aparece em vermelho, enquanto o hidrogênio brilha em verde. Já o oxigênio está representado por tons de azul.

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Há, ainda, algumas regiões da nebulosa que merecem destaque. Uma delas é a Nebulosa do Morcego, que aparece no lado esquerdo dela. No centro da foto, estão os filamentos da chamada Fogo-fátuo Triangular de Fleming, nebulosa identificada pela astrônoma escocesa Williamina Fleming. Por fim, no lado direito, está a nebulosa conhecida como “Vassoura da Bruxa”.

Quinta-feira (23) — Galáxia NGC 6744

A galáxia espiral NGC 6744 tem quase 175 mil anos-luz de extensão (Imagem: Reprodução/Basudeb Chakrabarti, Telescope Live)
A galáxia espiral NGC 6744 tem quase 175 mil anos-luz de extensão (Imagem: Reprodução/Basudeb Chakrabarti, Telescope Live)
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Esta é a NGC 6744, galáxia considerada quase como uma "irmã mais velha" da Via Láctea. Localizada a cerca de 30 milhões de anos-luz de nós, a NGC 6744 é formada por um grande disco, que se estende por 175 mil anos-luz. Esta bela espiral cósmica está acompanhada por NGC 6744A, uma galáxia menor e próxima dela, parecida com a Grande Nuvem de Magalhães, que está no canto inferior direito da foto.

Como você deve ter percebido, esta é uma galáxia do tipo espiral. A maioria das galáxias deste tipo é formada por um bojo central, cercado por um disco achatado de estrelas que se separam em grandes braços. Os braços contêm grandes quantidades de gás e poeira e, por enquanto, o processo exato de formação deles ainda é um enigma para os cientistas.

No caso da NGC 6744, a região central dela é formada por várias estrelas amareladas e antigas. Perceba também que os braços da galáxia são azulados; é que, ali, estão inúmeros aglomerados de estrelas azuis, somados a regiões de formação estelar em rosa. A galáxia aparece levemente inclinada em função da nossa perspectiva de observação.

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Sexta-feira (24) — Um "filaprom" no Sol

"Filaproms" são "filamentos proeminentes" na superfície do Sol. (Imagem: Reprodução/Martin Wise)
"Filaproms" são "filamentos proeminentes" na superfície do Sol. (Imagem: Reprodução/Martin Wise)

Um filamento solar é um enorme fluxo de plasma incandescente suspenso acima da superfície ativa do Sol por campos magnéticos em loop. Visto contra o disco solar, parece escuro apenas porque é um pouco mais frio, e um pouco mais escuro, do que a fotosfera solar. Mas se estiver suspensa além da borda do sol, a mesma estrutura parece brilhante quando vista contra a escuridão do espaço e é chamada de proeminência solar. Um filaprom é, claro, um fluxo de plasma magnetizado que cruza na frente do disco solar e se estende além da borda do Sol.

Neste close-up de hidrogênio-alfa do Sol capturado em 22 de junho, a região ativa AR3038 está perto do centro do quadro. A região ativa AR3032 é vista na extrema direita, perto do lado ocidental do Sol. Como o AR3032 é transportado por rotação em direção à borda visível do Sol, o que antes era um filamento gigante acima dele agora é parcialmente visto como uma proeminência. Qual é o tamanho do filaprom do AR3032? Para escala, o planeta Terra é mostrado próximo ao canto superior direito.

Fonte: APOD