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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (11/12 a 17/12/2021)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Dezembro de 2021 às 11h00

NASA, ESA;M. H. Özsaraç/Z. Wang, Yangwang-1 Space Telescope
NASA, ESA;M. H. Özsaraç/Z. Wang, Yangwang-1 Space Telescope
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Nesta semana, as imagens astronômicas reunidas no site APOD (Astronomy Picture of the Day), da NASA, trouxeram registros de alguns fenômenos incríveis que ocorreram neste mês. Um deles mostra uma sequência de fotos do eclipse solar ocorrido no início do mês — como elas foram feitas em uma região em que o eclipse visto era parcial, conseguimos ver a Lua cobrindo até 90% do disco solar.

Caso você tenha perdido o pico da chuva de meteoros Geminídeas, pode conferir várias fotos dos meteoros brilhando no céu de diferentes lugares pelo mundo. Além destas imagens, você encontra também uma que mostra uma nebulosa considerada uma das maiores regiões de formação estelar na nossa galáxia.

Há, ainda, fotos do cometa Leonard — uma delas foi feita por um telescópio espacial, e mostra o cometa acompanhado de satélites e até uma aurora boreal. Será que você consegue encontrar todos os objetos e fenômenos na foto?

Confira abaixo:

Sábado (11) — Eclipse solar parcial

Durante o eclipse parcial, a Lua cobriu 90% do disco solar (Imagem: Reprodução/Aman Chokshi)
Durante o eclipse parcial, a Lua cobriu 90% do disco solar (Imagem: Reprodução/Aman Chokshi)

Esta foto foi feita a pouco mais de 1 km do polo sul geográfico da Terra durante o eclipse solar que ocorreu no dia 4 de dezembro. Durante o fenômeno, a Lua fica entre o Sol e a Terra, bloqueando total ou parcialmente a luz da nossa estrela. Quem estava na Antártida pôde observar um eclipse solar total ocorrendo, com o céu escurecendo durante alguns instantes.

Em outros locais, foi possível ver um eclipse parcial, no qual apenas parte do Sol fica oculto pela Lua — como aparece na imagem acima. Neste caso, o Sol, a Lua e a Terra não estão totalmente alinhados, e nossa estrela parece ter uma mancha escura cobrindo apenas parte de seu disco. Como o registro acima é composta por uma sequência de registros do fenômeno, podemos acompanhar as diferentes fases do eclipse até o Sol acabar com 90% de seu disco oculto pela Lua.

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Para fazer as fotos, o fotógrafo deixou sua câmera preparada na neve, com uma bateria externa protegida por coberturas de aquecimento e torceu para que o equipamento não acabasse congelado pelas temperaturas de -40 ºC. Se você observar a imagem com atenção, verá as equipes dos telescópios South Pole Telescope e BICEP no terraço da estação Amundsen-Scott, posando com os braços erguidos.

Domingo (12) — Cometa Leonard e aglomerado estelar

Cometa Leonard e o agloerado estelar M3 em um registro feito na Califórnia (Imagem: Reprodução/Dan Bartlett)
Cometa Leonard e o agloerado estelar M3 em um registro feito na Califórnia (Imagem: Reprodução/Dan Bartlett)
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Este é o cometa C/2021 A1 (Leonard) em uma foto feita na Califórnia, nos Estados Unidos, e a imagem acima traz alguns detalhes interessantes dele. Os cometas orbitam o Sol em órbitas bastante alongadas, e têm núcleos formados por “bolas de gelo sujas”; conforme se aproximam do Sol, parte do gelo começa a derreter e é liberada junto de partículas de poeira, que formam o coma, uma nuvem ao redor do núcleo.

No caso do Leonard, o coma é a parte gasosa e esverdeada. A luz solar ilumina o coma e “empurra” o material dele para junto da cauda, formada também pelos materiais que evaporam do cometa. Além do Leonard, a imagem mostra também o aglomerado M3.

Trata-se de um aglomerado estelar globular formado por aproximadamente 500 mil estrelas, considerado um dos maiores e mais brilhantes conhecidos. Enquanto o M3 fica a aproximadamente 35 mil anos-luz de distância de nós, o Leonard segue viagem, e fez sua maior aproximação da Terra no dia 12 de dezembro.

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Segunda-feira (13) — Aurora boreal e meteoros

Brilho dos meteoros das Geminídeas e de uma aurora boreal na Islândia (Imagem: Reprodução/James Boardman-Woodend/Judy Schmidt)
Brilho dos meteoros das Geminídeas e de uma aurora boreal na Islândia (Imagem: Reprodução/James Boardman-Woodend/Judy Schmidt)

Aqui, temos um registro da montanha Kirkjufell, próxima da cidade de Grundarfjörður, na Islândia. Esta montanha é uma formação antiga e aparece acompanhada das belíssimas cores da aurora boreal ao fundo; este fenômeno é causado por interações entre partículas eletricamente carregadas e as linhas do campo magnético da Terra.

Ali, as partículas interagem com os gases na atmosfera e emitem este show de luzes, cujas cores variam de acordo com a altitude e moléculas em questão. Como a aurora desta imagem era fraca demais, provavelmente seria difícil vê-la a olho nu, mas a foto foi feita com uma exposição de 25 segundos, fazendo com que as cores ficassem mais visíveis.

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Além das luzes, o registro capturou também alguns rastros luminosos, deixados pelos meteoros da chuva das Geminídeas — o nome se deve à direção dos meteoros, que parecem vir da constelação dos Gêmeos. Eles brilham no céu durante o mês de dezembro, período em que a Terra atravessa a poeira do asteroide 3200 Faetonte.

Terça-feira (14) — Pilar de poeira cósmica

A nebulosa Carina, um berçário estelar (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, Hubble/Mehmet Hakan Özsaraç)
A nebulosa Carina, um berçário estelar (Imagem: Reprodução/NASA, ESA, Hubble/Mehmet Hakan Özsaraç)
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Há quem considere que a estrutura na imagem acima pode até lembrar uma colméia, mas na verdade, ela é um pilar cósmico de poeira. Este registro foi feito pelo telescópio espacial Hubble e capturou algo mais: no interior desta estrutura de aproximadamente 2 anos-luz, está um dos chamados objetos Herbig-Haro.

Esta é uma parte brilhante de nebulosidade associada a estrelas recém-nascidas, que se forma quando jatos de gás parcialmente ejetado por estrelas atingem nuvens próximas — no caso, o objeto em questão é chamado Herbig-Haro 666, formado por uma estrela jovem emitindo jatos poderosos.

Este objeto fica na nebulosa Carina, uma das maiores regiões de formação estelar que conhecemos na nossa galáxia. Localizada a aproximadamente 7.500 anos-luz de nós, Carina abriga fluxos de gás em altíssima temperatura, depósitos gasosos frios e pilares de matéria interestelar, formada por poeira densa.

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Quarta-feira (15) — Cometa Leonard visto do espaço

Além de registrar o cometa Leonard, o telescópio Yangweng-1 capturou também satélites, um meteoro e até uma aurora (Imagem: Reprodução/Zhuoxiao Wang, Yangwang-1 Space Telescope, Origin.Space)
Além de registrar o cometa Leonard, o telescópio Yangweng-1 capturou também satélites, um meteoro e até uma aurora (Imagem: Reprodução/Zhuoxiao Wang, Yangwang-1 Space Telescope, Origin.Space)

O cometa Leonard segue se aproximando da Terra e já está visível para observadores do hemisfério norte. Na imagem acima, você pode vê-lo de um jeito diferente: o Leonard aparece visto do espaço, em um registro do telescópio espacial Yangwang-1, da chinesa Origin Space. Trata-se de um satélite que tem um pequeno telescópio óptico em seu interior, capaz de fazer observações na luz ultravioleta e visível.

O telescópio foi pensado para projetado asteroides próximos da Terra, mas vem registrando outros objetos incríveis — na foto acima, por exemplo, o cometa Leonard aparece com sua bela cauda brilhante, próxima do meio da imagem. Já nosso planeta está visível no canto inferior direito.

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Já as camadas atmosféricas que envolvem a Terra aparecem brilhando na diagonal, do canto inferior esquerdo para o direito. Enquanto as estrelas preenchem o fundo da imagem, podemos conferir o rastros de dois satélites no canto superior esquerdo da foto, junto do brilho de um meteoro ainda na parte inferior da foto. Conseguiu encontrá-los?

Quinta-feira (16) — Meteoros das Geminídeas

Meteoros da chuva das Geminídeas, junto do brilho de vagalumes (Imagem: Reprodução/Fefo Bouvier)
Meteoros da chuva das Geminídeas, junto do brilho de vagalumes (Imagem: Reprodução/Fefo Bouvier)
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O fotógrafo responsável por esta foto conseguiu um registro diferente dos meteoros da Geminídeas: a imagem foi feita no Uruguai, durante a madrugada do dia 13 para o dia 14 de dezembro. A foto foi feita durante a noite, mas a escuridão foi compensada pela longa exposição feita ao longo de mais de uma hora, junto do brilho refletido pela Lua.

Os meteoros foram fotografados com a câmera virada para o sul, direção oposta à da constelação dos Gêmeos. O brilho dos meteoros se deve aos fragmentos do asteroide 3200 Faetonte, que se queimam ao atravessar a atmosfera, sem deixar fragmentos que caiam ao solo.

Como os meteoros acompanham a órbita do asteroide Faetonte, eles passam pela Terra na lateral, vindo de frente e seguindo à direção norte. Apesar disso, pode até parecer que estão seguindo em uma direção radial, mas isso se deve muito mais à nossa perspectiva, já que os meteoros passam por nós paralelamente.

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Sexta-feira (17) — Brilho de um meteoro no céu

Registro de um meteoro das Geminídeas brilhando no céu do deserto de Tengger, na China (Imagem: Reprodução/Alvin Wu)
Registro de um meteoro das Geminídeas brilhando no céu do deserto de Tengger, na China (Imagem: Reprodução/Alvin Wu)

O rastro luminoso de um meteoro das Geminídeas brilhou no céu do deserto de Tengger, na China. O registro foi feito durante a madrugada do dia 14 de dezembro e, além do meteoro, mostra também um conjunto de estrelas que, juntas, formam o chamado Hexágono do Inverno — mas este nome é dado no hemisfério norte, já que no sul ele é conhecido com Hexágono do Verão. Este é um asterismo (ou seja, um padrão de estrelas facilmente reconhecível), formado por Rigel, Aldebaran, Capella, Pollux, Castor, Procyon e Sirius.

O asterismo contém estrelas de diferentes constelações, como Órion, Touro e outras, e pode ser visto de dezembro a março na maioria dos locais do planeta. Além disso, a maioria das estrelas é de magnitude aparente (o brilho que vemos ao observá-las da Terra) alta, o que facilita a observação.

Uma das constelações mais fáceis de identificar na imagem é a de Gêmeos — as duas estrelas dela, Pollux e Castor, aparecem próximas do centro da imagem; a primeira tem brilho dourado, e a segunda, parece brilhar em tons mais esbranquiçados. Pollux é considerada a 18º estrela mais brilhante que vemos no céu noturno.

Fonte: APOD