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Anel de rádio próximo de galáxia vizinha pode ser remanescente de supernova

Por| Editado por Patricia Gnipper | 31 de Março de 2022 às 14h15

Filipovic et al., MNRAS, 2022
Filipovic et al., MNRAS, 2022
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Um remanescente de supernova intergaláctico parece ter sido encontrado na Grande Nuvem de Magalhães (LMC), galáxia satélite da Via Láctea. Ali, há um estranho círculo emitindo ondas de rádio, que podem ter vindo da morte de uma estrela solitária da galáxia. O objeto misterioso foi descoberto em um novo estudo liderado por pesquisadores da Western Sydney University e, se confirmado, pode ser o primeiro remanescente intergaláctico já identificado.

Chamado J0624–6948, o remanescente provavelmente fica no meio intergaláctico. “Quando descobrimos originalmente este objeto de rádio quase perfeitamente circular, pensamos que era outro ORC [círculos estranhos de rádio ou “ORCs”, na sigla em inglês], mas após observações adicionais, ficou claro que este provavelmente é algo mais”, disse Miroslav Filipovic, autor principal do estudo.

Indicação do local do J0624–6948 (Imagem: Reprodução/Filipovic et al., MNRAS, 2022)
Indicação do local do J0624–6948 (Imagem: Reprodução/Filipovic et al., MNRAS, 2022)

Os ORCs foram descobertos com o Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP), um dos mais potentes radiotelescópios em todo o mundo. Estes objetos têm aparência anelar e parecem ser grandes e distantes, e hoje os cientistas acreditam que vêm de bolhas formadas em explosões nos centros das galáxias. Por enquanto, a natureza exata destes processos é desconhecida.

Contudo, o anel descoberto desta vez tem grandes diferenças em relação a outros ORCs, como maior tamanho aparente; esta e outras características sugerem, portanto, que talvez este seja outro tipo de objeto. “A explicação mais plausível é que este objeto é um remanescente de supernova intergaláctico”, explicou o autor.

Para a equipe, uma estrela explodiu na parte externa da LMC em uma supernova do tipo 1a, que ocorre com a explosão de duas estrelas que orbitavam uma a outra; assim, o que foi observado por ser o remanescente da supernova se expandindo para o meio intergaláctico. Eles acreditam que o objeto tinha entre 2.200 e 7.100 anos e, se estiverem corretos, o J0624–6948 poderá ser o primeiro remanescente de supernova intergaláctica já identificado.

Observações de acompanhamento devem ajudar a solucionar o mistério, e outros estudos com instrumentos poderosos, como o ASKAP, podem também identificar novos círculos de rádio peculiares no céu. “Estes novos radiotelescópios podem identificar vários objetos esféricos”, ressaltou o autor. “Graças aos efeitos combinados de alta sensibilidade, boa amostragem espacial e ampla cobertura de área, estão enriquecendo nosso entendimento do universo”, disse.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: Monthly Notices of the Royal Astronomical Society; Via: Science Alert, Western Sydney University