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A dinâmica magnética de estrelas "frias" como o Sol pode não ser tão única assim

Por| Editado por Patricia Gnipper | 09 de Agosto de 2021 às 18h05

NASA
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Estudar os tipos de estrelas que existem no universo, além de revelar os mistérios dessas fábricas nucleares de elementos químicos, oferece uma noção, por exemplo, sobre um ambiente propício à vida nos planetas que as orbitam. Em um novo estudo liderado pela Rice University, nos Estados Unidos, cientistas modelam o comportamento de estrelas “frias”, como o Sol, e observam que elas compartilham as mesmas dinâmicas em suas superfícies — o que influencia seus ambientes energéticos e magnéticos.

A análise dessa atividade estelar é crucial para saber se uma determinada estrela consegue hospedar planetas habitáveis. A pesquisa, liderada por Alison Farrish, pós-doutorando na Rice, e pelos astrofísicos Alexander e Christopher Johns-Krull, relaciona a rotação de estrelas frias com o movimento de seu fluxo magnético de superfície — essa dinâmica é responsável por impulsionar os raios-X da coroa solar. Assim, é possível prever como a atividade magnética afeta qualquer exoplaneta presente em seu sistema.

(Imagem: Reprodução/Centro de Pesquisa Ames/NASA)
(Imagem: Reprodução/Centro de Pesquisa Ames/NASA)

O novo estudo dá continuidade a outro trabalho conduzido por Farrish e Alexander, o qual mostrou que o “clima” espacial de uma estrela pode tornar inabitáveis planetas localizados na zona habitável — região em um sistema planetário na qual a água pode ser encontrada em seu estado líquido. Os autores explicam que todas as estrelas giram para baixo ao longo de suas vidas, à medida que perdem o momento angular e tornam-se menos ativas.

Eles acreditam que o Sol, em seu passado, era mais ativo e isso pode ter afetado a química atmosférica da Terra. “Portanto, pensar sobre como as emissões de energia mais altas das estrelas mudam em longas escalas de tempo é muito importante para os estudos de exoplanetas", acrescenta Farrish. Nas modelagens, os pesquisadores procuram observar como estrelas são longínquas com base em dados disponíveis do Sol. Então, eles determinaram o spin (rotação) e o fluxo de algumas estrelas, bem como suas classificações — K, G, K e M —, que acrescentou seus tamanhos e temperaturas.

Representação artística da estrela Proxima Centauri ejetando materiais em direção a um planeta próximo (Imagem: Reprodução/Mark Myers/OzGrav)
Representação artística da estrela Proxima Centauri ejetando materiais em direção a um planeta próximo (Imagem: Reprodução/Mark Myers/OzGrav)

Farrish e sua equipe, então, comparam as propriedades do Sol, uma estrela do tipo G, através do número de Rossby dele e de outras estrelas. Este número é uma medida de atividade estelar estabelecida pela combinação da velocidade de rotação de uma estrela com seus fluxos de fluidos subterrâneos, os quais influenciam a distribuição do fluxo magnético em sua superfície. "O estudo sugere que as estrelas — pelo menos estrelas frias — não são muito diferentes umas das outras", aponta Alexander. Além disso, sugere que o processo pelo qual um campo magnético é gerado pode ser bem semelhante nessas estrelas. “Isso é uma surpresa", acrescenta.

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No entanto, os modelos só se aplicam a estrelas insaturadas, que são menos ativas — como o nosso Sol. “O Sol está em regime insaturado, onde vemos uma correlação entre a atividade magnética e a emissão energética", explica Farrish. Segundo ela as estrelas observados do estudo, o qual abrange quatro tipos de estrelas, incluindo estrelas parcial ou totalmente convectivas, podem ser razoavelmente bem representadas por um modelo a partir do Sol.

Atividades do Sol observadas em raio-X (Imagem: Reprodução/NASA)
Atividades do Sol observadas em raio-X (Imagem: Reprodução/NASA)

Alexander ainda ressalta que, na pesquisa, não foi simulada nenhuma estrela ou sistema específico. "Estamos dizendo que, estatisticamente, o comportamento magnético de uma estrela M típica, com um número de Rossby típico, se comporta de maneira semelhante ao do Sol", aponta. O novo estudo ajudará os cientistas a compreenderem a estrutura em grande escala de sistema estelares magneticamente ativos e como isto influencia estrelas jovens e seus discos.

A pesquisa foi publicada no periódico científico The Astrophysical Journal.

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Fonte: Phys.org