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Megaflares em estrelas jovens são até 100 mil vezes mais poderosos que os do Sol

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Junho de 2021 às 18h30

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NASA/SDO
NASA/SDO

O Sol tem papel fundamental para a vida na Terra, mas sua participação na formação e evolução dos planetas em sua órbita vai muito além de emitir raios luminosos. Contudo, ainda não está muito claro para os cientistas quais processos solares influenciaram nosso planeta, e de que modo fizeram isso. Para ajudar a descobrir, um novo artigo científico estudou a atividade de 24 mil estrelas.

Um dos fenômenos estelares que provavelmente influenciam bastante em um planeta em formação é o chamado flare, nome para as erupções que liberam altos níveis de radiação e partículas em alta velocidade em direção ao espaço interplanetário. Nosso próprio Sol faz isso algumas vezes e ainda estamos apenas começando a compreender os mecanismos desses eventos.

As erupções solares podem ser fracas ou altamente poderosas, mas não se comparam com aquelas que ocorrem em estrelas jovens e mais ativas. Em seu novo estudo, a dupla de cientistas Konstantin V. Getman e Eric D. Feigelson, da Universidade Estadual da Pensilvânia, observou superflares e megaflares de estrelas na fase de pré-sequência principal (estrelas PSP). A fonte de energia das PSP é a contração gravitacional, e não a fusão do hidrogênio, como é o caso das estrelas de sequência principal.

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Cada uma das estrelas analisadas tem menos de 5 milhões de anos, ou seja, muito jovens em comparação ao Sol, de 4,5 bilhões de anos. Por isso, espera-se que elas apresentem maior atividade e flares mais energético, e foi exatamente isso o que a dupla encontrou. Mais de mil estrelas emitiram erupções mais poderosas do que qualquer coisa que nosso Sol poderia produzir — 100 mil vezes mais energia do que o evento Carrington, a poderosa tempestade solar ocorrida em 1859 durante o auge do ciclo solar.

Esses superflares impressionantes são emitidos pelo menos uma vez por semana, mas isso ainda não é o mais fabuloso. Eles também encontraram estrelas emitindo megaflares com até 10 milhões de vezes a energia da erupção solar de 1859, cerca de duas vezes por ano. Essas atividades certamente causam algum impacto na evolução do disco protoplanetário ao redor dessas estrelas e nos próprios planetas em formação.

O alvo específico de estudo dos autores são explosões de raios-X e explosões de partículas carregadas que, quando lançadas pelo nosso Sol, são conhecidas como ejeções de massa coronal. Eles analisaram 55 eventos desse tipo em suas amostras e constataram que eles se assemelham aos equivalentes solares. "Descobrimos que essas chamas gigantes são como as do Sol, mas são muito ampliadas em energia e frequência e no tamanho de seus loops magnéticos", disseram.

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Para os pesquisadores, "entender essas explosões estelares pode nos ajudar a entender as erupções mais poderosas e as ejeções de massa coronal do Sol", o que é fundamental para criar modelos da evolução do Sistema Solar e nos precavermos de futuros eventos de erupções solares, que podem ser muito prejudiciais aos componentes eletrônicos dos satélites em órbita e de outros equipamentos.

Fonte: Space.com