Após boicote chinês, Elon Musk diz que mercado de criptomoedas é indestrutível
Por Dácio Castelo Branco | Editado por Claudio Yuge | 29 de Setembro de 2021 às 21h20
O excêntrico bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, expressou sua opinião sobre a crise das moedas digitais na China em participação no evento Code Conference, realizado em Bervely Hills, nos EUA, na terça-feira (28). Segundo Musk, “não é possível destruir as criptomoedas”.
- China declara transações com criptomoedas ilegais e Bitcoin despenca
- Sob pressão ambiental, mineradores de Bitcoin adotam energia nuclear
- Conheça Mr. Goxx, o hamster alemão que está lucrando com criptomoedas
A declaração de Musk foi parte de uma resposta para uma pergunta feita por uma colunista do New York Times, que questionou se o governo dos EUA deveria começar a regular o mercado de criptoativos. O bilionário, além de expor sua opinião sobre a impossibilidade de destruição das criptomoedas, também deixou clara que ele acredita que o governo não deve interferir nesse setor.
Musk, porém, acredita que embora a destruição desses ativos digitais seja impossível, ações tomadas por governos irão trazer impactos negativos para o mercado de criptomoedas, “desacelerando” o avanço das criptomoedas.
O CEO da Tesla também comentou especificamente sobre as novas medidas restritivas impostas pelo governo chinês. Por um lado, Musk acredita que os chineses não gostam das tecnologias da criptomoedas, que podem acabar sendo usadas para reduzir o poder de um governo central.
Por outro lado, o bilionário acredita que as medidas de combate à mineração de criptomoedas na China podem ter motivações mais concretas, ligadas ao estado atual da autonomia energética do país. “Parte disso pode ser devido à falta de eletricidade em muitas partes da China. Grande parte do sul da China está tendo interrupções de energia aleatórias, porque a demanda de energia é maior do que a esperada. A mineração de criptomoedas pode estar desempenhando um papel nisso”,afirmou.
Musk é entusiasta das criptomoedas
Elon Musk, após ter começado a falar sobre os criptoativos, virou uma espécie de ídolo para a bolha de entusiastas desse mercado. Em fevereiro: documentos enviados à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) mostraram que a Tesla havia comprado US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 5.9 bilhões, na conversão atual) em Bitcoin como estratégia de tesouraria. Além disso, a fabricante de carros elétricos iria começar a aceitar pagamentos feitos com a criptomoeda.
Pouco tempo depois, em 12 de maio, citando preocupações ambientais por conta do consumo não-renovável de energia, o CEO da Tesla criticou a mineração de Bitcoin e suspendeu os pagamentos em cripto na Tesla. Essa suspensão, feita próxima do anúncio da primeira leva de restrições da China à mineração, que viria dias depois, culminou em uma mínima no valor da criptomoeda aproximadamente US$ 28 mil (R$ 151 mil, na conversão atual) em julho, uma correção de cerca de 50%. Desde então, o preço recuperou a metade sendo negociado no fechamento desta matéria por US$ 41 mil(R$ 222 mil, com o valor atual do dólar em relação ao real).