China declara transações com criptomoedas ilegais e Bitcoin despenca
Por Roseli Andrion • Editado por Claudio Yuge |
A partir desta sexta-feira (24), as transações financeiras com criptomoedas são ilegais na China. A decisão é do Banco Popular da China, o banco central chinês. "As atividades comerciais vinculadas a moedas virtuais são atividades financeiras ilegais", diz a instituição em comunicado, com data de 15 de setembro.
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A entidade afirma, ainda, que a prática coloca os ativos pessoais em grave perigo. Com a medida, bolsas estrangeiras ficam proibidas de fornecer serviços relacionados a criptomoedas a investidores do país pela internet. A ação afeta também a mineração de moedas digitais no país.
Em junho, as autoridades locais informaram que mais de mil indivíduos foram presos por lucrar com a compra de criptomoedas. Várias províncias do país já haviam proibido operações com moedas digitais desde o início do ano. A ofensiva está relacionada, ainda, com a criação do iuan digital, controlado pelo governo.
O Banco Popular da China destaca que quem não respeitar as normas será "investigado, de acordo com a lei". As atividades proibidas incluem:
- comércio com criptomoedas;
- venda de tokens;
- transações com derivados de criptomoedas;
- arrecadação de fundos ilegais.
Segundo a instituição, "o comércio e a especulação com Bitcoin e outras moedas virtuais se estenderam” nos últimos anos. A entidade reforça, ainda, que essas atividades alteram a ordem econômica e financeira, bem como aumentam a lavagem de dinheiro, a arrecadação de fundos ilegais, os esquemas de pirâmides e outras atividades criminosas e ilegais.
Cotação de criptomoedas em queda
Com o anúncio, o Bitcoin caiu mais de 7,5% e perdeu mais de R$ 3 mil em menos de uma hora. No início da tarde, a perda havia recuado um pouco: a moeda apresentava queda de 3,33% e era cotada a R$ 225.800, de acordo com o Mercado Bitcoin.
Outra moeda digital que teve flutuações foi a Ethereum: seu valor chegou a ficar mais de 10% abaixo do preço do início do dia. À tarde, ela já havia se recuperado um pouco e apresentava baixa de 8,52%, com preço de R$ 45,72, conforme a BM&FBovespa.
Com as novas regulamentações, as autoridades chinesas buscam formas de prevenir a especulação financeira e a lavagem de dinheiro. Em maio, as autoridades do país já tinham proibido bancos e firmas de pagamento de fornecer serviços relacionados a transações de criptomoeda.
Vale destacar que as criptomoedas não podem ser rastreadas pelos bancos centrais dos países. Para especialistas, a China teme a proliferação de investimentos ilícitos e a arrecadação de fundos de criptomoedas no país, que tem regras rígidas sobre a saída de capital.
Fonte: G1, Valor Investe