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Desenvolvimento tecnológico no Brasil: onde estamos e para onde queremos ir?

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Reprodução/Mateus Campos Felipe (Unsplash)
Reprodução/Mateus Campos Felipe (Unsplash)

Até o momento, temos convivido com um 2022 um tanto pacato em termos de grandes avanços tecnológicos no Brasil. Com a hiperinflação, podemos notar que o uso de tecnologia no país permanece muito semelhante aos movimentos ocorridos no ano passado — ou seja, aplicação digital para trabalho e estudo híbridos, intensa migração das vendas para plataformas online, assim como uso da internet, jogos e plataformas de streaming como formas essenciais de entretenimento. Segundo a IDC, no início deste ano, um levantamento já apontava que mais de metade da economia global seria influenciada ou embasada nos meios digitais.

Entre as principais novidades está a recente chegada do 5G ao Brasil, no início de julho. Apesar da tímida estreia, feita apenas na capital federal, Brasília, é válido destacar que a tecnologia permitirá conexão estreita e direta entre objetos pela internet, facilitando produções industriais, por exemplo. Em tempos em que nosso país tanto depende de manufatura externa para produzir itens de consumo, este pode ser um fomento e estímulo para uma indústria mais automatizada e eficiente.

Olhando para o segundo semestre deste ano, o estudo global da Deloitte, intitulado “Previsões em Tecnologia, Mídia e Telecomunicação — TMT Predictions”, indica sete tópicos. Dentre eles, destaco aqui o 5G, o Wi-Fi 6, IA e gerenciamento de dados confidenciais, maior presença feminina na tecnologia e nova alta na demanda por chips.

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O 5G está debutando no Brasil, e é interessante observarmos que novas tecnologias já estão sendo consideradas em outros países. Um exemplo é o Wi-Fi 6, capaz de unir não apenas smartphones, tablets e PCs, como câmeras wireless, dispositivos domésticos inteligentes e consoles, entre outros. Segundo levantamento da Deloitte, mais dispositivos Wi-Fi 6 serão lançados em 2022 do que os 5G (cerca de 2,5 bilhões contra aproximadamente 1,5 bilhão). Porém, em nosso mercado, o foco ainda permanecerá no segundo, com as empresas investindo em servidores e soluções capazes de suportar o uso e a expansão do 5G pelo país.

Outro tema que já vem sendo debatido e deve seguir em alta é o gerenciamento de dados sensíveis e o uso de inteligência artificial. A crescente adoção da IA para aplicações e facilidades diversas trouxe consigo a insegurança com alguns destes avanços, como o reconhecimento facial em espaços públicos. No Brasil, a LGPD fortalece a necessidade de cuidar e processar de forma segura e privada os dados dos clientes, assim como a GDPR na União Europeia, por exemplo. Com isso, tecnologias de aprimoramento de privacidade devem passar por considerável alta. Adotado por diversas empresas de tecnologia, o mercado de criptografia homomórfica (tipo de criptografia que permite que dados codificados sem a necessidade de descriptografá-los, reduzindo que as informações sejam expostas) e aprendizado federado deve crescer para mais de US$ 250 milhões.

Um destaque muito importante é o do crescimento feminino na indústria tecnológica. As previsões da Deloitte indicam que grandes empresas globais do segmento deverão atingir cerca de 33% de representação geral feminina em suas forças de trabalho ainda neste ano. Ressalto ainda que a representatividade nas lideranças das empresas é essencial para que mais mulheres assumam estas posições no mercado. Um exemplo de nosso segmento é a Dra. Lisa Su, CEO da AMD, que lidera uma empresa líder de tecnologia, com 24% do quadro de colaboradores no mundo sendo composto por mulheres.

Sabemos que existem diversos caminhos a serem trilhados pelo mercado da tecnologia neste próximo semestre, tanto no Brasil quanto no resto do mundo. Teremos eventos importantes a nível nacional e global, como Eleições e a Copa do Mundo, em que a aplicação e o uso de tecnologia certamente poderão se tornar pauta de discussões, afinal, a conectividade, velocidade e segurança serão temas fundamentais para ambos. O essencial, para todo e qualquer país, será analisar e compreender quais os investimentos corretos, os pontos e necessidades centrais para aprimorar a automação e digitalização, a fim de promover um real desenvolvimento tecnológico.