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Evidências da primeira extinção em massa na Terra são encontradas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Novembro de 2022 às 19h33

Imagem: Masahiro Miyasaka/Wikimedia Commons
Imagem: Masahiro Miyasaka/Wikimedia Commons
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Desde o período conhecido como explosão cambriana – cerca de 538 milhões de anos atrás, quando a maioria dos grupos animais que conhecemos surgiu – cinco grandes extinções em massa atingiram a Terra. Agora, cientistas descobriram um destes eventos há ainda mais tempo, durante o Ediacarano, cerca de 12 milhões de anos antes.

Até hoje certas espécies do fundo do mar podem parecer de outro mundo aos olhos humanos. Neste período, porém, formas de vida como esponjas e águas-vivas eram as espécies predominantes. Biólogos da faculdade Virginia Tech, nos Estados Unidos, encontraram raros fósseis destes animais.

Esponjas eram uma das formas de vida predominantes no período (Imagem: Dlloyd/Wikimedia Commons)
Esponjas eram uma das formas de vida predominantes no período (Imagem: Dlloyd/Wikimedia Commons)

O material mole dos corpos destes seres, como os poríferos e os cnidários, não se fossilizam tão bem. Antes desta descoberta, os cientistas achavam que este era o motivo da escassez de fósseis desse período, mas a história agora parece ser outra.

O que aconteceu no Ediacarano?

O Ediacarano foi dividido em três estágios: Avalon (575 a 560 milhões de anos atrás), Mar Branco (560 a 550 milhões de anos atrás) e Nama (550 a 539 milhões de anos atrás. Entre os dois primeiros, houve uma grande mudança em certos aspectos como a alimentação e a locomoção dos animais.

Foram surgindo mais seres móveis em comparação aos anteriores, predominantemente estáticos como as esponjas e as hidras. A alimentação destes também era diferente, ativamente comendo os micróbios no fundo do mar em oposição à filtração da água feita pelas criaturas anteriores.

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Representação da fauna ediacarana (Imagem: Ryan Somma/Wikimedia Commons)
Representação da fauna ediacarana (Imagem: Ryan Somma/Wikimedia Commons)

Na transição para a fase conhecida como Nama, porém, 80% das espécies existentes foram extintas, sem distinção entre mobilidade e alimentação. Segundo os cientistas, era de se esperar que, se fosse uma questão de adaptação, haveria um período de sobreposição dos fósseis dos dois grupos e uma gradual substituição. Não é esse o comportamento observado.

No artigo publicado no periódico PNAS, os cientistas descrevem que o declínio na biodiversidade no período é tão grande quanto as cinco extinções em massa após a explosão do cambriano.

O que causou a extinção?

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Mas o que teria causado o desaparecimento de 80% da vida na época? A hipótese dos cientistas apontam para uma diminuição grande diminuição na disponibilidade de oxigênio no oceano.

Exemplo de fóssil da época (Imagem: Masahiro Miyasaka/Wikimedia Commons)
Exemplo de fóssil da época (Imagem: Masahiro Miyasaka/Wikimedia Commons)

As espécies que sobreviveram a esta transição foram, em sua maioria, organismos maiores cujas estruturas se assemelhavam a folhas. Devido a uma maior área superficial, eles foram capazes de executar as trocas gasosas com o ambiente de forma mais eficiente.

A hipótese é corroborada por estudos geoquímicos publicados em 2018, que indicam um período de anoxia (falta de oxigênio) acentuada no fundo do oceano no final do Ediacarano.

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Fonte: PNAS Via: Science Alert