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Nvidia G-Sync ULMB 2 promete nitidez equivalente a 1.000 Hz

Por  • Editado por  Wallace Moté  | 

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Ivo/Canaltech
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Apesar de ter dado foco à Inteligência Artificial e servidores em sua passagem pela Computex 2023, a Nvidia trouxe algumas novidades para o público gamer, com destaque para o inédito G-Sync Ultra Low Motion Blur 2, ou ULMB 2. A evolução do ULMB, lançado em 2015, tira proveito dos painéis mais velozes disponíveis atualmente junto a uma nova técnica de gerenciamento inteligente da iluminação traseira das telas LCD, prometendo clareza de imagem equivalente à de taxas de atualização de mais de 1.000 Hz.

Para explicar como o ULMB 2 atua, é preciso lembrar do funcionamento de um painel LCD, foco da nova tecnologia. Basicamente, esse tipo de tela utiliza uma camada de cristal líquido acompanhada de filtros de cor que forma as imagens ao permitir ou barrar a passagem de luz, além de um sistema de iluminação traseira (ou backlight), justamente responsável pela luz que nos permite enxergar as formas geradas pelo cristal líquido.

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A cada novo quadro de um game feito pela placa de vídeo, a camada de cristal líquido é atualizada para exibir as mudanças, em um movimento que vai do topo à base. Os pixels recebem os valores de cor que devem assumir e fazem a transição dentro de um certo período — esse é o tão falando tempo de resposta. Antigamente, mesmo em taxas de atualização mais baixas, as telas apresentavam tempos de resposta muito lentos, o que gerava um borrão de movimento indesejado nas imagens.

A Nvidia tentou contornar essa limitação com o G-Sync ULMB original, empregando uma técnica conhecida como "backlight strobing", em que a iluminação traseira do LCD era desligada durante a transição dos pixels para evitar que o borrão de movimento fosse formado. A questão é que, em virtude dos tempos de resposta lentos, um artefato conhecido como crosstalk (a sobreposição de um quadro antigo e um novo) era comum, assim como o brilho baixo, já que a iluminação ficava desativada por 75% do tempo de cada quadro.

Diante disso, a própria Nvidia admite que o recurso era mantido desligado pela maioria dos usuários, especialmente de jogadores profissionais, que preferiam o brilho mais alto e maiores taxas de atualização — o ULMB 1 era limitado a uma faixa de taxas baixas para compensar os tempos de resposta lentos —, além de buscar evitar artefatos. Agora, com o ULMB 2, a gigante garante ter resolvido esses problemas.

A primeira modificação importante vem, na verdade, das próprias fabricantes de painéis, que hoje disponibilizam telas LCD capazes de atingir 4 milissegundos (ms) ou menos de tempo de resposta, com alguns dos displays mais premium conseguindo chegar a menos de 1 ms. O ULMB 2 combina esse avanço com a capacidade de controlar o tempo de resposta do painel oferecida pela tecnologia de taxa de atualização variável (VRR) do G-Syndesse casamento, a função garante que a iluminação seja ligada apenas quando todos os pixels (ou ao menos a maior parte deles) tiverem feito a transição para o quadro seguinte, reduzindo drasticamente ou até eliminando o crosstalk. Essa técnica de controle preciso do display e da iluminação é chamada pela Nvidia de "Vertical Dependent Overdrive".

Quanto maior a taxa de atualização de uma tela, mais quadros são exibidos por segundo, o que ajuda a reduzir o borrão de movimento. Essa redução também é possível através de técnicas como o ULMB 2, que ofereceria avanços suficientes para entregar uma "clareza efetiva" que equivaleria a taxas de atualização de mais de 1.000 Hz. A "clareza efetiva" seria obtida pelo cálculo Clareza Efetiva de Movimento = Taxa de Atualização x (1 / Ciclo de Trabalho), em que o ciclo de trabalho é a porcentagem de tempo que a iluminação é mantida ligada.

Tomando como exemplo um monitor de 360 Hz, foco do time verde nesse primeiro momento, teríamos Clareza Efetiva de Movimento = 360 x (1 / 0,25) — 0,25 é igual a 25%, porcentagem de tempo em que a iluminação é mantida ligada. O resultado, neste caso, é de 1.440 Hz, ou seja, para oferecer uma clareza de movimento similar à de um monitor de 360 Hz com ULMB 2 ativado, precisaríamos ter uma tela comum de 1.440 Hz.

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Como não há monitores tão velozes no momento, é difícil confirmar essa promessa, mas as demonstrações publicadas pela Nvidia indicam melhorias significativas. Usando um painel de 120 Hz, cuja clareza efetiva de movimento seria equivalente a um monitor de 480 Hz, a empresa demonstrou a similaridade de definição entre os dois dispositivos.

Considerando que a técnica depende de algumas características para funcionar adequadamente, só serão compatíveis com a novidade monitores que: entregarem clareza de movimento efetiva de 1.000 Hz, funcionem com o ULMB 2 em sua taxa máxima de atualização e entreguem brilho de mais de 250 nits com o mínimo possível de crosstalk quando o recurso estiver ativado.

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No momento, quatro monitores estão confirmados para ter compatibilidade com a nova tecnologia da Nvidia, dos quais dois já estão à venda — o Acer Predator XB273U F (indisponível no Brasil) e o ASUS ROG Swift 360 Hz PG27AQN (à venda por aqui a partir de R$ 9 mil) — e dois ainda serão lançados — o ASUS ROG Swift Pro PG248QP de 540 Hz, e o AOC Agon AG276QSG G-Sync Monitor.

Aqueles que possuírem um dos modelos já lançados, como o ROG Swift 360 Hz, devem baixar a atualização de firmware disponível nos sites das marcas. Com o update feito, é preciso então desativar o G-Sync no painel de controle da Nvidia, e ligar o ULMB 2 no menu de configurações do próprio monitor.