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Airbus construirá nave gigantesca que trará amostras de Marte à Terra

Por| 30 de Julho de 2020 às 17h15

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Airbus construirá nave gigantesca que trará amostras de Marte à Terra
Airbus construirá nave gigantesca que trará amostras de Marte à Terra

Com o lançamento da missão Mars 2020, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (30), a NASA iniciou a tarefa inédita de trazer amostras de Marte para a Terra. Mas a agência espacial norte-americana não fará isso sozinha - ela contará com a ajuda da Agência Espacial Europeia (ESA). E os europeus já se adiantaram, anunciando que a Airbus será a empresa responsável por construir a nave que trará as amostras de rochas marcianas.

Este material será removido das rochas do Planeta Vermelho pelo rover Perseverance, que chegará a seu destino em fevereiro de 2021. Após o pouso, ele vai começar a tarefa de coletar essas amostras, mas quem as trará para a Terra serão duas missões futuras, programadas para serem lançadas em 2026.

Uma delas será um módulo de pouso desenvolvido pela própria NASA, que transportará outro rover europeu. Este rover se encarregará de pegar os tubos de amostra do Perseverance e voltar ao módulo estacionário. Então, os tubos serão levados a um contêiner, que será lançado à órbita por um pequeno foguete. A segunda missão será a Earth Return Orbiter, liderada pela ESA, que coletará esse contêiner na órbita marciana usando um sistema de contenção fornecido pela NASA. Esta sonda orbital será uma espaçonave grande, pesando 6,5 toneladas e com painel solar de mais de 35 metros para alimentar o sistema de propulsão elétrica.

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Dessa forma, a nave será capaz de pegar o contêiner na órbita do Planeta Vermelho e voltar para a Terra. A cápsula que transporta as amostras aterrissará no deserto de Utah, nos Estados Unidos, em 2031. Apesar do custo elevado e dos desafios que as missões apresentam, os cientistas dizem que é essencial trazer as amostras à Terra para comprovarmos se existem ou não evidências de vida marciana passada.

David Parker, diretor de exploração humana e robótica da ESA, disse que gosta de chamar esta nave que a Airbus construirá de "a primeira nave de carga interplanetária", porque é exatamente para isso que ela será desenvolvida. Parker anunciou o papel da empresa europeia nesta missão em uma coletiva da NASA com a ESA pouco antes do lançamento do Perseverance.

Uma colaboração internacional de US$ 7 bilhões

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A NASA e a ESA informaram que devem gastar pelo menos US$ 7 bilhões para completar todas as etapas de coleta das amostras de Marte. Enquanto a ESA já concedeu contratos à Airbus para o desenvolvimento de sua parte na tecnologia da missão de retorno (com algum aproveitamento das tecnologias desenvolvidas para o rover Rosalind Franklin, construído para a próxima etapa da missão ExoMars), a NASA ainda está nas fases iniciais do desenvolvimento da sua parte nessa parceria.

Em parte, isso vai depender da decisão final da Câmara e do Senado dos Estados Unidos sobre o financiamento para o ano fiscal de 2021 da agência espacial.

Outra questão que precisa ser definida é o local onde as amostras ficarão depois que chegarem à Terra. É possível que os recursos da NASA não sejam suficientes para cobrir essa etapa, então o desenvolvimento de instalações apropriadas pode vir de uma colaboração internacional. Será necessário um design específico para proteger as amostras de possíveis contaminações pelo ambiente terrestre, e vice-versa.

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Veículos como o Perseverance podem encontrar pistas iniciais muito promissoras, mas somente análises em laboratórios sofisticados em Terra poderão nos fornecer a prova concreta que os cientistas precisam para dar um ponto final a este assunto - ou melhor, o pontapé inicial para uma nova jornada nos estudos de vida extraterrestre.

Fonte: BBC, SpaceNews