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Projeto de financiamento para a NASA pode salvar importantes missões ameaçadas

Por| 14 de Julho de 2020 às 20h15

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Programas e projetos científicos da NASA ameaçados por uma proposta de orçamento da Casa Branca podem ser salvos por outra proposta - não menos polêmica - enviada pela Câmara dos Estados Unidos no início deste mês. Mas isso pode custar caro. Se a proposta da Câmara for aprovada, os astronautas norte-americanos podem não pousar na Lua em 2024, conforme determinado pela administração Trump.

No dia 8 de julho, o House Appropriations Committee (comitê da câmara responsável pela aprovação de projetos de orçamento, ao lado de outro comitê do Senado) propôs um orçamento para o próximo ano fiscal da NASA de US$ 22,63 bilhões, a mesma quantia que a agência recebeu para 2020. A Casa Branca, por sua vez, havia solicitado um aumento de 12% em relação ao financiamento aprovado no ano anterior.

A disputa política no cerne desse debate é que a Casa Branca deseja cumprir o cronograma da NASA de enviar astronautas de volta à Lua até 2024. Alguns representantes da Câmara, no entanto, acreditam que o prazo é apertado e arriscado demais, e tal agenda é motivada por fins políticos. Por um lado, o valor de US$ 22,63 bilhões não é o suficiente para pousar na Lua; por outro, favorece os programas científicos que poderiam ser encerrados com a proposta da Casa Branca.

Entre os projetos que seriam cancelados com o orçamento da Casa Branca, estão a CLARREO (missão para quantificar e atribuir com precisão as mudanças climáticas da Terra), a PACE (missão que observará a cor do oceano, a biogeoquímica global e o ciclo do carbono), o WFIRST (observatório espacial infravermelho atualmente em desenvolvimento) e o SOFIA (o maior observatório aéreo do mundo).

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No entanto, um novo projeto de lei de um subcomitê da Câmara, anunciado na última segunda-feira (13), pretende restaurar o financiamento para missões e projetos científicos da NASA que a proposta de orçamento do governo procurava cancelar no ano fiscal de 2021. Este mesmo subcomitê relatou favoravelmente ao projeto apresentado no dia 8, e o assunto será discutido nesta terça-feira (14).

O relatório do subcomitê criticou fortemente o que é chamado de “mudança sinistra” da ciência e dos programas educacionais, para favorecer os programas de exploração que, segundo eles, estavam sendo financiados apenas para fins políticos. “Esses programas estão sendo apressados ​​para cumprir um cronograma com motivação política para colocar novamente os seres humanos na superfície lunar da Lua em pouco mais de quatro anos”, afirma o relatório. “Para financiar essa expansão maciça, o governo optou por reduzir ou eliminar muitos programas legados críticos”, conclui o texto.

Além das missões mencionadas, o projeto da Câmara os programas de educação da NASA. Na ciência planetária, o orçamento proposto fornece US$ 11 milhões para operações contínuas da espaçonave Mars Odyssey, uma missão orbital de Marte lançada em 2001, que a agência havia proposto desligar na solicitação de orçamento para o Programa Artemis.

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A missão Europa Clipper da NASA receberia os US$ 403,5 milhões, o valor que a NASA pretendia obter. Trata-se de um satélite projetado para investigar Europa, lua de Júpiter. Apesar das críticas ao calendário do Programa Artemis, o projeto de financiamento diz pouco sobre o programa Human Landing System, o módulo de pouso que levará os astronautas à superfície lunar. A Câmara fornece US$ 628,2 milhões a este projeto, contra uma solicitação da Casa Branca de mais de US$ 3,3 bilhões.

Já o desenvolvimento do foguete Space Launch System, recebe mais de US$ 340 milhões acima da solicitação, incluindo instruções para continuar o desenvolvimento do Exploration Upper Stage para a versão Bloco 1B do foguete. Por fim, o relatório aumenta o financiamento do programa Flight Opportunities da NASA, que realiza testes de pesquisa suborbital, para US$ 30 milhões.

O projeto do Comitê da Câmara ainda será debatido e colocado de frente para a proposta do Senado, que ainda deve ser apresentado. Só então o orçamento será decidido com base nos argumentos de cada proposta.

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Fonte: Space News