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Exame toxicológico | O que a análise do fio de cabelo pode revelar?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Junho de 2024 às 17h00

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seventyfourimages/Envato
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Por mais estranho que possa parecer, vestígios de drogas ilícitas podem compor a estrutura dos fios de cabelo (ou pelos) e são identificáveis através dos exames toxicológicos. Isso vale para o uso de cannabis, cocaína, anfetaminas, opiáceos e opioides, por exemplo. 

Nos laboratórios, existem diferentes tipos de exames toxicológicos, como o de saliva ou de urina, mas ambos captam apenas o uso recente dessas substâncias. Agora, quando o teste analisa a presença de alguma droga no fio de cabelo, é possível detectar se a pessoa injetou, engoliu ou usou de alguma forma drogas num período de até um ano, como se fosse uma verdadeira "caixa-preta" do histórico de um indivíduo.

Por causa disso, o exame toxicológico de larga janela de detecção é normalmente solicitado em caso de renovação de algumas categorias da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), além da posse de concursos públicos. 

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Exame toxicológico no cabelo

"As drogas vão parar no fio de cabelo depois que circulam pelo sangue”, conta Alvaro Pulchinelli, diretor Técnico na Toxicologia Forense e médico toxicologista do Grupo Fleury, para o Canaltech.

Quando uma pessoa fuma maconha, a substância é absorvida pelo pulmão e se dissolve na corrente sanguínea. No sangue, ela se dissemina por diferentes órgãos e tecidos. Ao chegar no sistema nervoso central, causa o seu efeito psicoativo, mas não se limita a isso.

Os canabinoides também atingem outros lugares, como o bulbo capilar, que é a estrutura responsável por fazer o fio de cabelo nascer. Então, o fio incorpora essa substância, enquanto se desenvolve. De outra forma, a droga é incorporada à proteína do fio de cabelo.

Outro caminho é a chegada através das glândulas sebáceas, que estão junto do bulbo capilar. Nos dois casos, o cabelo será uma prova legal desse consumo.

Tamanho da dose interfere no resultado?

Para uma droga ser descoberta em um fio de cabelo, não é possível indicar uma quantidade exata. “A gente sabe que quanto maior for o uso, maior a chance de o exame ter um resultado positivo, mas não dá para dizer, com precisão, que um uso pequeno, médio ou grande vá dar um teste negativo”, pontua Pulchinelli.

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Inclusive, um único uso pode implicar no resultado positivo de um exame toxicológico. Então, “temos que evitar a todo custo o contato com a substância”, pontua. 

Rastreamento de alimentos

Se os narcóticos podem ser identificados pela análise das proteínas e estruturas de um fio de cabelo, outras substâncias poderiam ser investigadas, como o consumo de determinados alimentos? Para Pulchinelli, a resposta, teoricamente, é sim.

“Hábitos alimentares poderiam, em tese, até alterar o cabelo, mas não há exames específicos que atuam nesse sentido, ou seja, que procuram substâncias decorrentes da alimentação ou outras substâncias que causam intoxicação, além dessas que estamos acostumados a pesquisar no exame toxicológico”, detalha o especialista.

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Tamanho da amostra de cabelo

Para fazer a checagem do uso de drogas, são necessários cerca de 10 miligramas de cabelo. Isso equivale a uma quantidade de 50 a 100 fios, cortados rente à raiz, com a espessura de uma caneta comum.

Quando a pessoa tem alopecia ou é careca, o mesmo exame pode ser realizado a partir da coleta de pelos corporais. Nesses casos, são necessários 10 miligramas de amostra, também.