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O que é a caixa preta de um avião?

Por| Editado por Jones Oliveira | 15 de Agosto de 2022 às 18h00

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José Luis Pedro/Flickr/CC
José Luis Pedro/Flickr/CC

A caixa preta de um avião nada mais é do que um dispositivo instalado nas aeronaves para que, no caso de acidentes aéreos, as autoridades possam tentar detectar as causas deles. O equipamento serve também para descobrir previamente e prevenir problemas nos aviões. Há, no entanto, algumas curiosidades sobre a caixa preta de um avião.

Você sabia, por exemplo, que ela não é preta? Como assim? Calma, que em breve nós explicaremos isso direitinho. Antes, porém, vamos entender um pouquinho melhor como é o funcionamento deste dispositivo obrigatório em aviões (a partir de 6 assentos) e fundamental para aumentar a segurança nos voos em todo o mundo.

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Como é a caixa preta?

A caixa preta de um avião é formada por dois equipamentos diferentes: Flight Data Recorder (Gravador de dados de voo - FDR) e Cockpit Voice Recorder (Gravador de voz da cabine - CVR). Eles ficam dentro de um mesmo compartimento, mas têm funções distintas.

O CVR tem como objetivo principal gravar e armazenar tudo o que ocorre dentro do cockpit (ou cabine, se preferir) dos aviões, e faz isso captando o áudio de três microfones - um do piloto, um do copiloto e um instalado no painel.

O FDR, por sua vez, é o equipamento responsável por gravar e armazenar todos os dados da aeronave durante o voo. É ele quem registra altitude, velocidade, condições climáticas e demais parâmetros que serão usados para recriar as condições do voo ao recuperar a caixa preta no caso de acidentes.

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Para resistir à queda de um avião, a caixa preta precisa ser feita com material resistente, assim como o FDR e o CVR, pois os impactos causados pelos acidentes e as variações térmicas a que são expostos são violentíssimos. O material escolhido para a fabricação das caixas pretas é uma liga de aço e titânio. Ela é projetada para aguentar temperaturas entre - 60º C e 1.100º C, além de forças acima de 3.000 G (3 mil vezes a força gravitacional da Terra).

Como funciona a caixa preta?

A caixa preta de um avião é um dispositivo caro - custa entre US$ 30 mil e US$ 40 mil -. O funcionamento dela, como é de se esperar, é altamente tecnológico. Ela tem uma bateria ligada a uma fonte própria, auto sustentável, e dura aproximadamente 7 anos, já que não pode ser recarregada.

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E como funciona a caixa preta? Os dados armazenados no HD interno da caixa preta, já compilados pelo DFDAU (Digital Flight Data Acquisition Unit), localizado na cabine dos pilotos, são coletados, via cartão de memória ou de forma remota. A capacidade é de 25 horas. Após esse período, os últimos dados são apagados e inicia-se uma nova gravação.

Outro recurso importante em caso de acidentes é voltado para que o equipamento possa ser facilmente localizado. A caixa preta, que sempre é acondicionada na parte traseira do avião, já que esta, normalmente, é a última a sofrer impacto, emite sinais de rádio e também luminosos. Isso pode ajudar, inclusive, a recuperar a caixa no fundo do mar.

A caixa preta… Não é preta

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Apesar do nome caixa preta, o equipamento utilizado para gravar os dados do avião é, na verdade, laranja. A escolha da cor, claro, é por conta da facilidade de se destacar em meio a qualquer ambiente, seja no fundo do mar, nas areias ou nas matas.

Quando foram implantadas, no início da década de 1940, elas até eram pretas, pois ficavam instaladas nas cabines dos aviões e, pejorativamente, eram chamadas pelos pilotos britânicos de “black boxes”. Com o tempo, no entanto, isso mudou, e a cor laranja passou a ser padronizada.

Carros também têm caixa preta

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Agora que você já sabe o que é a caixa preta de um avião, uma curiosidade: você sabia que alguns carros também já vêm de fábrica equipados com caixas pretas? Nos Estados Unidos, 99,5% dos carros novos saem equipados com o chamado EDR (Event Data Recorder, ou Gravador de Dados de Eventos).

A União Europeia também adotou, desde julho de 2022, que os carros novos saiam de fábrica com o equipamento. A ideia é detectar, em caso de acidentes, o que efetivamente aconteceu: falha técnica, se o motorista pisou no freio, se o cinto de segurança fez sua função, se os airbags funcionaram, e muito mais.

A principal diferença em relação às caixas pretas dos aviões é que estes equipamentos não possuem recursos para gravação de vídeo ou áudio. Eles registram apenas dados, que podem ser obtidos para análise no OBD (On Board Diagnostics, ou Diagnósticos de Bordo, na tradução).

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Brasil “quase” teve caixa preta em carros

No Brasil, houve um projeto de lei que sugeriu a obrigatoriedade da instalação de caixas pretas em carros fabricados a partir de 2013, mas ele acabou engavetado, sob a justificativa de que não havia previsão para que a tecnologia necessária para a implantação do sistema ficasse pronta.

O PL 1501/11, de autoria do então deputado Geraldo Resende, sugeria que o dispositivo armazenasse dados de voz para permitir “análise detalhada de acidentes”. Ele foi tratado na Câmara como um texto “com boas intenções”, mas inviável, segundo o parecer final da Comissão de Viação e Transportes.