Voltz abre primeira fábrica de motos elétricas do Brasil em Manaus; CT conheceu
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |

A Voltz inaugurou nesta segunda-feira, 30 de maio, a primeira fábrica de motos elétricas do Brasil. Fundada em 2017 por Renato Villar Antes, a companhia agora dispõe de um espaço enorme de 11 mil m² localizado no Distrito Industrial de Manaus, capital do Amazonas. O Canaltech foi convidado para visitar e conhecer em primeira mão a instalação pioneira no país.
O espaço contará em breve com uma infraestrutura completa, com duas linhas de produção automática (futuramente serão três), itens para estampagem de chassi, jogos de montadoras e balanceadoras de rodas, estações de montagem e injeção de sistemas de freio e dinamômetros para teste de motos. Tudo fruto de um investimento aproximado de R$ 12 milhões e da geração de 200 novos postos de emprego na região.
O objetivo da Voltz é que, em breve, a fábrica tenha a capacidade de produzir 180 mil motos elétricas por ano. Para isso, a previsão é que a cada cinco minutos uma moto saia completa da linha de montagem, desde a primeira estação até o teste final, que libera o produto para embalagem e venda.
De acordo com o CEO da companhia, Renato Villar, a planta iniciará a produção com três modelos já comercializados atualmente, mas que são importados: EV1 Sport, EVS e EVS Work. Os volumes dependerão das demandas do mercado, mas os primeiros lotes já sairão do “forno” no dia 6 de junho.
Mais que uma “vendedora de motos”
Durante a visita à fábrica, o Canaltech teve a oportunidade de realizar um tour completo pelas instalações ao lado de um dos fundadores da marca, Manoel Fonseca, e de executivos das áreas de marketing (Elena Nomande), Operações (Adelino Cardoso) e Engenharia de Produção (João Paiva).
O primeiro ponto que todos, sem exceção, fizeram questão de frisar, constantemente, foi o de que a Voltz não é pura e simplesmente uma “fabricante de motos”. Este é apenas um dos prismas da marca. “Somos uma empresa de tecnologia para facilitar a mobilidade e redefinir o cenário nacional com veículos inteligentes e não-poluentes”, avisou Elena, responsável pelo marketing da Voltz.
As palavras da executiva ganharam força quando um dos fundadores da marca também se posicionou sobre o assunto. “A Apple é uma empresa de tecnologia que vende celulares. A Voltz é uma empresa de tecnologia que também vende motos”, comparou Manoel Fonseca.
Voltz sonha ser “top of mind”
Elena Nomande foi além e revelou que o desejo da Voltz não é crescer como empresa, e sim se tornar referência em excelência para outras marcas. “Não somos top of mind awareness, mas é lá que queremos chegar”, comentou, citando o prêmio que é dado às marcas mais lembradas pelos consumidores quando questionados sobre determinados produtos e que há algum tempo pertence à japonesa Honda.
Para se tornar referência no mercado, a Voltz foi buscar um Diretor de Operações experiente no mercado e seduziu Adelino Cardoso, que há 13 anos trabalhava na Harley-Davidson. “Logo de cara fiquei maravilhado com o projeto da Voltz para mobilidade e quis fazer parte desta mudança”, revelou.
Segundo Cardoso, os desafios no início foram muito grandes, principalmente pelas dificuldades impostas pela primeira e pela segunda onda da pandemia da covid-19. O executivo lembrou de problemas causados pela falta de peças e pelas restrições de viagens, que acabaram levando a Voltz a cometer erros de planejamento. “Agora não erraremos mais”, assegurou.
Por que a Voltz escolheu Manaus?
A primeira fábrica de motos elétricas do Brasil não escolheu Manaus como cidade-sede por acaso. Renato Villar, CEO da empresa, foi claro ao abordar o tema. Segundo ele, tudo foi muito bem planejado e estratégico:
“A planta de Manaus é de extrema importância, uma vez que nos permite dar um passo à estabilização da cadeia de suprimentos com a China. Além de garantir um melhor controle de qualidade, permite ainda uma oportunidade de obter melhores custos dos produtos”.
Adelino Cardoso, responsável direto pelas operações da empresa, endossou o parecer do executivo. “Quase toda a cadeia de peças para motocicletas está aqui. A Zona Franca de Manaus conta com mais ou menos 500 empresas incentivadas, com pegada ambiental muito baixa, e que geraram mais de R$ 150 bilhões de faturamento em 2021”.
Segundo Cardoso, a ideia da Voltz é, em breve, nacionalizar a produção das peças que apresentam maior desgaste nas motos, como pneus e freios. Assim, a companhia espera otimizar o tempo quando houver necessidade de reposição. Zerar a fila de clientes, algo que deve acontecer até outubro, também faz parte dos planos.
Para isso, hoje, quem quiser comprar uma Voltz terá que esperar um pouquinho. O sistema só permite que você faça a pré-reserva, mostrando que tem a intenção de entrar para um mundo menos poluente, mais sustentável e inteligente.
E aí: ficou com vontade de acelerar uma moto elétrica?