Samsung poderia comprar divisão de redes móveis da Nokia, diz Bloomberg
Por Renan da Silva Dores • Editado por Léo Müller | •
Fontes do portal Bloomberg sugerem que a Nokia estaria estudando a possibilidade de vender as divisões de redes móveis, com a Samsung sendo uma das principais interessadas na aquisição. Ainda segundo a reportagem, a estratégia da companhia finlandesa, que avalia a possibilidade de uma fusão com concorrentes e até a separação dessa divisão, seria uma resposta às dificuldades em concorrer com rivais de peso como a Huawei.
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Responsável por fornecer estações de rede, servidores e outras tecnologias para operadoras de telefonia em todo o mundo, o grupo de redes móveis tem forte importância para a Nokia, representando cerca de 44% da receita da gigante. Mesmo tendo tradição e recursos avançados, a empresa tem enfrentado um cenário complexo com competição acirrada, em especial da chinesa Huawei e da sueca Ericsson.
Um dos momentos considerados mais delicados para a finlandesa ocorreu no ano passado, quando a operadora norte-americana AT&T optou por renovar a infraestrutura de rede com o protocolo Open RAN usando apenas tecnologia da Ericsson, em um contrato estimado em US$ 14 bilhões (~R$ 80 bilhões). Frente a essas dificuldades, a marca estaria discutindo formas de se fortalecer para voltar a crescer.
Entre as possibilidades citadas pelo Bloomberg estariam a separação (como feito com a divisão de celulares), a fusão com outros concorrentes menores e até a venda parcial ou total da divisão. Esta última, em especial, já chamou a atenção de algumas companhias — as informações mencionam que a Samsung estaria de olho na aquisição. A gigante sul-coreana também é fornecedora de tecnologias de telecomunicações, mas não tem a mesma escala da concorrência.
Adquirir a Nokia, cujo valor estimado seria de US$ 10 bilhões (~R$ 56,5 bilhões) de acordo com as fontes, poderia fortalecer a Samsung a ponto de levá-la a confrontar as líderes no mercado. É mencionado ainda que outras empresas estariam considerando fechar um acordo de compra.
Perguntadas a respeito da eventual compra, as duas gigantes não comentaram o assunto, com a marca finlandesa destacando apenas que a companhia "está focada em garantir que [a divisão de] Redes Móveis esteja posicionada para servir aos seus clientes as redes de melhor performance, investindo no seu portfólio e criando valor para os acionistas da Nokia".
Verídicas ou não, as possibilidades podem nem sair do papel, já que as discussões ainda estariam em um estágio inicial. No entanto, o interesse da Nokia em se fortalecer, além da insatisfação de operadoras diante da falta de opções de fornecimento devem gerar movimentações na indústria de telecomunicações nos próximos meses.
Fonte: Bloomberg