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Review Haylou RS3 | Um relógio básico que se acha gente grande

Por| Editado por Léo Müller | 22 de Julho de 2021 às 08h30

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

A fabricante chinesa Haylou tem aparecido muito no radar dos brasileiros nos últimos meses. Apesar de ser mais conhecida pelos seus fones de ouvido de baixo custo e qualidade interessante, a marca também tem alguns modelos de smartwatches no portfólio que prometem ser tanto uma opção casual quanto um bom companheiro de treino.

Nas últimas semanas, tive a oportunidade de analisar o Haylou Solar e gostei do que vi, apesar de ser mais próximo de uma pulseira inteligente do que de um relógio. Agora, chegou a vez de testar o Haylou RS3, basicamente uma versão aprimorada do Solar, que traz GPS integrado, painel AMOLED e mais opções de treino.

Mas, afinal, o Haylou RS3 consegue bater frente a frente com concorrentes como Realme Watch S e os modelos mais simples de Amazfit e Huawei? O relógio da chinesa foi meu companheiro durante uma semana inteira, e compartilho nos próximos parágrafos as minhas impressões sobre ele.

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Prós

  • Design é simples e elegante;
  • Aplicativo melhorou em relação ao do Solar;
  • Bateria cumpre o que promete.

Contras

  • Preço alto pelo que oferece;
  • Monitor de frequências cardíacas inconsistente;
  • GPS integrado não funciona.
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Construção e design

O Haylou RS3 é visualmente bastante semelhante ao Haylou Solar: a caixa é construída em metal e tem formato circular, fugindo do “padrão Apple Watch” e deixando-o mais discreto, mesmo para quem tem pulsos mais finos. Diferentemente do relógio mais básico — que tem um corpo na cor cinza —, o RS3 é todo preto, ganhando um aspecto mais casual que combina com diversas ocasiões.

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Embora a empresa não mencione em nenhum lugar, a pulseira do RS3 parece ser a mesma do Solar, ou seja, de silicone. A tecnologiaNano Lightwave do irmão também parece estar presente, prometendo facilitar o respiro da pele e evitar suor excessivo na região do pulso. Durante os testes, a pulseira não me incomodou mesmo após horas de exercícios.

Por ser uma opção mais cara que o Solar, o RS3 é mais resistente e suporta mergulhos em até 50 metros de profundidade (5 ATM), ideal para quem pratica natação. Além disso, você pode pegar chuva, tomar banho e lavar uma louça com o relógio no pulso que não deve haver nenhum dano físico a ele.

Na lateral direita do relógio, a fabricante incluiu dois botões físicos: o de cima serve para acender e desligar a tela, enquanto o de baixo é exclusivo para acessar a lista de treinos. As peças seguem a construção do aparelho e são feitas de alumínio, sendo bastante robustas.

O Haylou RS3 é uma boa opção para quem procura um relógio inteligente com formato tradicional e mais discreto.
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Tela

Logo após tirar o Haylou RS3 da caixa e ligá-lo pela primeira vez, o que mais me chamou atenção foi a sua tela de 1,2 polegada Super AMOLED. Aliada à resolução 390 x 390 pixels, temos uma definição excelente para a categoria, além de cores bastante vivas, contraste profundo e alta fidelidade de tons escuros. A qualidade é bastante superior à do Realme Watch S, por exemplo, que conta com um painel LCD.

Apesar de oferecer imagens mais interessantes, a tela do RS3 não tem um bom aproveitamento da face frontal, embora a visualização dos conteúdos não seja um problema por aqui. Além disso, as bordas mais escuras do dispositivo fazem com que ele pareça ter um display “infinito”.

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O brilho do painel também é bem satisfatório, sendo possível visualizá-lo mesmo sob a luz do sol. Infelizmente, o relógio não conta com um modo de luminosidade automática, assim como no Realme Watch S. Portanto, você sempre estará regulando a claridade do display ao dormir e acordar, por exemplo.

Também é possível acender a tela do Haylou RS3 apenas erguendo o pulso. Durante os testes, a detecção do movimento foi muito boa enquanto eu estava em pé ou sentado, e a sensibilidade mais baixa não fez com que o relógio acendesse com muita frequência enquanto eu estava deitado, diferente do que ocorreu com o Solar.

Tela do Haylou RS3 é um dos principais destaques do relógio, com definição e cores excelentes para a categoria.

Configurações e desempenho

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O Haylou RS3 não tem sistema operacional aberto, ou seja, ele é bastante limitado às funções que consegue desempenhar sem estar conectado a um smartphone. Ainda assim, a interface da proprietária da chinesa é muito simples e bonita, com ícones amigáveis e uma navegação bastante fluida.

Durante os testes, não percebi lentidão ao transitar entre as telas ou selecionar, iniciar e pausar treinos. Os resultados diferiram do Realme Watch S, por exemplo, o qual pude perceber uma lentidão no sistema, como se os conteúdos estivessem se arrastando.

Os gestos do sistema também são idênticos ao do Solar: deslizando o dedo de baixo para cima exibe a lista de recursos, enquanto o inverso acessa uma espécie de central. A janela permite visualizar a porcentagem da bateria, acessar as configurações do relógio e algumas funções, como a de localizar o smartphone.

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Uma coisa interessante por aqui é que você tem acesso a um relatório diário da sua frequência cardíaca diretamente do relógio, algo que seu irmão mais básico não possui. Além disso, ele permite iniciar cronômetro e temporizador e trocar entre algumas opções de mostradores.

Uma crítica negativa em relação ao sistema é a falta do idioma português na interface do relógio, o que pode afastar os usuários que não saibam o básico da língua inglesa.

Acompanhamento físico

O Haylou RS3 possui 14 modos de treino, dois a mais que o Solar. As duas novidades são natação e “mergulho em mar aberto”, já que o relógio traz resistência à água em até 50 metros de profundidade. Os outros 12 são os mesmos do irmão mais básico:

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  • Ciclismo;
  • Corrida;
  • Caminhada;
  • Spinning;
  • Ioga;
  • Musculação;
  • Treinamento funcional;
  • Basquete;
  • Futebol;
  • Canoagem;
  • Jogging (mais rápida que caminhar e mais lenta que correr).

Vamos às considerações: passei uma semana inteira com o celular no pulso, com a medição de frequências cardíacas funcionando 24 horas por dia, e percebi muitas inconsistências nos resultados.

Em alguns momentos, durante atividades físicas menos exigentes, o relógio marcava entre 135 batimentos por minuto (bpm) e 145 bpm; já em corridas mais intensas, quando eu estava visivelmente mais agitado, notei que o dispositivo diminuía as marcações entre 110 bpm e 120 bpm, o que não fazia sentido. Em repouso, por sua vez, o Haylou RS3 não apresentou muitas divergências, sempre marcando entre 60 bpm e 80 bpm.

O Haylou RS3 também é capaz de monitorar o nível de oxigenação no sangue (SpO2), recurso também presente no Realme Watch S. Não percebi muitas diferenças nos resultados, mas, no caso de o registro ficar muito abaixo do normal, procure um médico.

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Além disso, o relógio monitora automaticamente o sono. Com ele, é possível ficar ciente dos períodos em que você teve sono leve, profundo e REM, além de acompanhar a sua frequência cardíaca durante o tempo.

Outro “diferencial” do RS3 é a presença do GPS integrado. Coloquei entre aspas porque o recurso simplesmente não funcionou nas minhas tentativas de registrar um treino. O relógio sugere ser preciso ir para um lugar aberto para melhorar o sinal, mas nem assim tive êxito. Foi uma das minhas principais decepções com o dispositivo.

Conectividade

Assim como acontece no Haylou Solar, o RS3 não é funcional até você conectá-lo a um aplicativo, no caso o Haylou Fun. É importante destacar o nome do software, pois outros produtos da chinesa também podem ser pareados a outro programa, como o Haylou Fit — sinceramente, não entendi porque uma empresa faria essa separação.

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Fato é que o Fun é mais bem acabado que o Fit, trazendo uma interface mais simplificada, com títulos para acessar as principais métricas e ícones amigáveis. Por aqui, as fontes também tiveram um cuidado extra e possuem o formato e tamanho reguladores, além de recursos mais fáceis de encontrar.

Uma novidade muito interessante por aqui é a possibilidade de personalizar os mostradores do relógio, permitindo definir uma imagem e suas cores dominantes. As opções padrões, por sua vez, são nove, sendo muito bonitas.

Bateria e carregamento

Segundo a Haylou, os 230 mAh do RS3 garantem uma autonomia de até 21 dias, diminuindo para 14 dias caso todas as funções de monitoramento estejam ligadas.

Em uma semana de testes, com o monitor de frequência cardíaca funcionando direto, brilho no máximo durante o dia e lembretes de sedentarismo ativados, o relógio gastou exatos 50% em sete dias, o que, em teoria, daria os 14 dias prometidos pela empresa.

O carregador do RS3 é único e pode ser acoplado na traseira do relógio. Eu recomendaria tomar cuidado com o acessório, pois é a única maneira de recarregar o produto. Infelizmente, não temos carregamento rápido, mas ele demorou um pouco mais de uma hora para sair de 50% a 100%.

Bateria do Haylou RS3 deve durar os 14 dias prometidos pela empresa, já que, em sete dias, o relógio saiu de 100% para 50%.

Concorrentes diretos

No Brasil, há vários smartwaches e pulseiras inteligentes mais básicas que podem ser alternativas mais acertadas do que Haylou RS3. Entre as opções, não poderia deixar de citar o Mi Smartband 6 (Mi Band 6), que oferece tela AMOLED e autonomia de bateria similar, mas leva vantagem no preço e no monitoramento de atividades físicas e saúde mais precisos.

O Amazfit Bip U, também da Xiaomi, pode ser encontrado por preços mais em conta e traz mais de 60 modos de treino, resistência à água, sensores de batimentos cardíacos e oxigenação no sangue, monitoramento de sono e tela HD. Ele perde somente no bateria, que promete até nove dias de uso com uma única carga.

Por fim, temos o recém-lançado Huawei Band 6. Assim como o RS3, ele conta com tela AMOLED, mas se sobressai pelos quase 100 modos de treino, inclusive com identificação automática para caminhada, corrida, elíptico e remador, e pelo revestimento no painel que evita marcas de dedo.

Conclusão

O Haylou RS3 mantém o que deu certo no Solar e aprimora algumas características, como a construção mais resistente, a tela Super AMOLED e os modos de treino na água. Seu formato mais tradicional também pode ser um diferencial para quem procura um relógio mais básico com estilo mais casual e discreto.

No entanto, em termos de monitoramento, eu não recomendaria o RS3 frente aos concorrentes citados no tópico acima. Pelo menos na minha unidade de teste, o monitor de frequências cardíacas apresentou muitas inconsistências, sem contar com o GPS integrado, que seria um grande destaque se tivesse funcionado.

Um detalhe que vale mencionar é que o Haylou RS3 ainda não está à venda oficialmente no Brasil. Portanto, caso você tenha gostado dele, a melhor opção de compra é por meio de importação. Mesmo assim, com o preço importado do produto é possível adquirir uma excelente smartband ou um smartwatch equivalente por aqui mesmo.

E aí, mesmo com as críticas, curtiu o Haylou RS3?