Apesar da pandemia, Brasil tem aumento superior a 20% nas vendas de vestíveis
Por Felipe Junqueira |
Os brasileiros compraram mais dispositivos vestíveis durante o segundo trimestre de 2020 do que no mesmo período do ano passado. Segundo estudo da IDC Brasil, o aumento foi superior a 20% no volume total de vendas, apesar da crise econômica atrelada à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
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Foram vendidos um total de 208.350 wearables, contabilizando pulseiras e relógios inteligentes, o que gerou receita de R$ 301.482,356 entre abril e junho deste ano. O volume foi 21,1% maior do que os mesmos três meses de 2019, de acordo com os dados do estudo IDC Tracker Brazil Wearables Q2 2020.
O analista de pesquisa e consultoria em dispositivos para o consumidor Renato Meireles ainda acredita que o aumento poderia ter sido ainda maior, “não fosse o impacto causado pela pandemia da COVID-19 e as altas cambiais”. Ainda assim, ele classificou a alta como “positivamente surpreendente”.
“Com a pandemia, mais pessoas ficaram dentro de casa e, preocupadas com o corpo e com a saúde, de alguma maneira começaram a se exercitar e a buscar dispositivos para monitorar os exercícios físicos, acompanhar o ritmo cardíaco, controlar o sedentarismo etc.”, explicou o analista, que indicou aumento nas vendas online como outro fator que contribuiu para o pico de consumo em vestíveis.
Alta do dólar aumenta tíquete médio
Falando nos preços médios pagos pelo consumidor pelos produtos, as pulseiras inteligentes ficaram em cerca de R$ 810, enquanto os relógios saltaram para R$ 2.128. O aumento foi de 121,4% e 45,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionado, principalmente, pela alta do dólar, de acordo com Meireles.
“O dólar foi o principal motivo deste aumento. Os fabricantes dependem da importação de componentes e, com a alta da moeda americana, o repasse foi sentido no preço final para o consumidor”, observou o analista.
A expectativa para o segundo semestre é de manutenção da alta, e os números podem ser positivos até o início de 2021, por conta, principalmente, de uma nova percepção do consumidor. “Estamos vivendo uma era de conversão digital. A pandemia acelerou a presença da tecnologia em nossa rotina, e mais pessoas estão percebendo como ela pode ser utilizada não somente para o trabalho”, avaliou Meireles, para quem os wearables são vistos como dispositivos que trazem benefício para o dia a dia das pessoas.