Sonho do “iPhone americano” de Trump não deve se realizar, diz Gurman
Por Léo Müller |

O presidente dos EUA, Donald Trump, parece estar disposto a seguir aumentando as tarifas de importação para produtos feitos na China diariamente, mas Mark Gurman, jornalista da Bloomberg tido como o maior insider especialista em Apple, não acredita que essa queda de braço com os chineses vá realizar o sonho de Trump: um iPhone fabricado nos EUA.
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Gurman explica que é mais fácil a Apple mover a montagem final do iPhone para a Índia do que abrir uma fábrica similar nos EUA, porque simplesmente não existe a cadeia de suprimentos necessária por lá, nem pessoal qualificado para dar o pontapé inicial em tais projetos.
Ou seja, um iPhone montado nos EUA da forma como as coisas são hoje custaria muito caro.
Ele ainda estima que seria necessário empregar cerca de meio milhão de pessoas nos EUA para produzir todos os iPhones localmente, como acontece na “cidade do iPhone”.
"A maior fábrica de iPhones do mundo fica na China, em Zhengzhou, uma cidade tão dominada pela produção de smartphones que é conhecida como a ‘Cidade do iPhone’. A unidade é operada pela Foxconn Technology Group, principal parceira de montagem da Apple. Lá, centenas de milhares de trabalhadores vivem em dormitórios e seguem uma rotina rigorosa de produção em massa para atender à demanda global”.
Apple vai investir nos EUA
Nem Gurman, nem os especialistas que conversaram com a Bloomberg acreditam que tamanha operação seja possível nos EUA.
Isso, mesmo que a Apple tenha prometido investir US$ 350 bilhões na economia americana ao longo de cinco anos, incluindo a criação de um novo campus e a contratação de 20 mil funcionários. Nada disso deve ser o suficiente para produzir um iPhone com preço razoável na Terra do Tio Sam.
Gene Munster, sócio da Loup Ventures, disse à Bloomberg que trata-se de um movimento simbólico da Apple para apaziguar os humores na Casa Branca.
Ele acredita que isso pode até resultar na montagem de uma pequena quantidade de iPhones nos EUA, mas a maior parte da produção não tem como sair da Ásia.
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