Samsung aposta na produção nacional para driblar tarifas de Trump, afirma marca
Por Vinícius Moschen • Editado por Léo Müller | •
Em entrevista realizada nesta quinta-feira (10), o Vice-Presidente Sênior da Samsung no Brasil, Gustavo Assunção, discutiu os efeitos das novas tarifas dos Estados Unidos sobre a atuação da marca no mercado nacional. O executivo apontou que as turbulências são “pontuais, embora relevantes”, e por isso não são previstas grandes alterações nas estratégias da marca.
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De acordo com Assunção, a infraestrutura que a empresa tem no Brasil ajuda a “driblar” alguns efeitos das tarifas, mesmo que os dispositivos tenham diversas partes vindas do mercado exterior. Atualmente, a empresa tem duas fábricas no Brasil, nas cidades de Manaus (AM) e Campinas (SP).
O executivo também disse que as tarifas aplicadas pelos EUA ainda são “muito quentes”, e por isso nenhuma decisão será tomada com base nos eventos recentes:
“Os planos estão mantidos, e as duas fábricas estão no Brasil para atender à demanda doméstica”.
A imposição de tarifas esteve entre os assuntos mais comentados da semana, e pode causar alterações importantes na linha de produção da Apple, considerada a principal rival da Samsung. A marca da Maçã já cogita tirar parte de sua produção da China, e levar a países como a Índia e o Brasil.
Samsung não teme chegada de rivais
Embora a Samsung não tenha medidas drásticas previstas por conta das tarifas, Assunção entende que mudanças já estão acontecendo no mercado brasileiro, especialmente por conta da chegada de concorrentes — é o caso das chinesas OPPO e Jovi, que anunciaram a intensificação da presença no Brasil ao longo dos últimos dias.
Mesmo assim, a empresa deve manter sua estratégia no mercado de smartphones:
“Nós não atuamos com base em movimentos de nossos concorrentes, e procuramos manter nosso prestígio com o público brasileiro”.
Na mesma entrevista, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, ressaltou que não há previsão para a chegada de uma massa de novas empresas “grandes” com fabricação no Brasil. A Jovi, versão renomeada da empresa chinesa Vivo, já anunciou que fabricará seus celulares na Zona Franca de Manaus.
Ele reforçou que as notícias associadas às tarifas dos EUA ainda são bastante precoces, e é difícil avaliar o que acontecerá em termos de impacto de curto ou médio prazo na indústria nacional.
Galaxy A06 é nova opção de celular acessível com 5G
As falas associadas às tarifas de Trump foram feitas em evento de lançamento do Galaxy A06 5G, realizado nesta quinta-feira em Brasília (DF). O aparelho chegou como uma das opções mais baratas do mercado nacional com suporte para a última geração de conectividade móvel.
Segundo Assunção, o lançamento do smartphone reforça a intenção de democratizar a tecnologia 5G, em uma lacuna causada pela maior demanda por celulares acessíveis.
O lançamento ainda foi apontado como algo condizente para a agenda da Anatel e das operadoras, que planejam aumentar sua base de consumidores com o 5G.
De acordo com dados divulgados pela própria Samsung, o 5G representou 45% das vendas da empresa nos dois primeiros meses deste ano, em uma métrica que pode ser aumentada com um produto mais barato.
Galaxy A06 5G chega ao Brasil
Divulgação/Samsung
Baigorri complementou apontando que o Brasil ainda tem grandes desafios em termos de renda, e isso gera impactos no que diz respeito ao acesso à tecnologia 5G.
“O Brasil já é um dos países com as maiores redes de 5G standalone no mundo. Por isso, quando você tem mais pessoas com celulares 5G na mão, aumenta-se muito o potencial da utilização de aplicações do 5G. Isso pode ser feito por startups ou por um surgimento de um ecossistema de aplicativos. A infraestrutura está aí.”, completa ele.
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