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Moto G60 vs Moto G60s | Vale sacrificar câmera e bateria pelo preço menor?

Por| Editado por Léo Müller | 01 de Setembro de 2021 às 16h50

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Rafael Damini/Canaltech
Rafael Damini/Canaltech
Tudo sobre Motorola

Pouco mais de três meses depois de colocar o Moto G60 nas lojas brasileiras, a Motorola lançou uma espécie de versão mais barata do seu potente intermediário, que chamou de Moto G60s. Ao contrário do que nos acostumamos a ver nas versões ‘S’, o novo modelo tem alguns cortes de custos e chegou um pouco mais barato.

Claro que isso gera dúvidas na cabeça do consumidor. Qual dos dois modelos vale mais a pena comprar, afinal? O que você perde ou ganha ao escolher o Moto G60 ou o Moto G60s? Há mudança no desempenho? As câmeras tiram fotos diferentes? E a bateria, como fica?

Para responder a essas e outras perguntas, o Canaltech preparou um comparativo entre os dois modelos. As fichas técnicas são levemente diferentes entre os dois, mas não se desespere: eu explico tudo certinho, com opiniões baseadas nos testes que realizei com cada modelo.

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Veja a seguir qual é o celular mais indicado para você: Moto G60 ou Moto G60s.

Design e Construção

Pouca coisa muda em relação à aparência desses dois modelos. Ambos trazem tela que ocupa quase toda a parte frontal, com bordas mínimas e um furo centralizado na parte superior para a câmera de selfies. O display é protegido por vidro, enquanto o restante do dispositivo possui acabamento em plástico, numa peça única. Há um flash LED frontal nos dois modelos.

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O lado direito tem os quatro botões, sendo eles, de cima para baixo: Assistente do Google, aumentar volume, abaixar volume e acender ou apagar a tela. Na esquerda, gaveta de chips com dois espaços, sendo um híbrido para cartão de operadora ou micro SD. O conector de fone de ouvido está presente em ambos, na parte superior. Abaixo, há um microfone, uma entrada USB-C e o alto-falante mono.

  • Moto G60: 169,7 x 75,9 x 9,7 mm, 220 g;
  • Moto G60s: 169,7 x 75,9 x 9,6 mm, 212 g.

Não há quase nenhuma diferença nas dimensões dos dois modelos, exceto por cerca de 0,15 mm de espessura. O peso reduziu consideravelmente no modelo mais recente, que é 8 gramas mais leve.

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Ambos ainda contam com um módulo de câmeras com uma coluna de três lentes grandes em uma saliência retangular que abriga, também, o flash LED. O leitor de impressão digital fica bem próximo das câmeras, e pode ser um pouco difícil de alcançar por quem tem mãos pequenas.

Uma diferença no visual fica por conta da presença de uma câmera extra na parte traseira do Moto G60s, um pouco abaixo do flash. A lombada do modelo mais novo ainda faz parte de uma peça única com a traseira, em vez de ter um espaço fechado por uma tampa com cor um pouco diferente, como no Moto G60. Além disso, o acabamento é texturizado e fosco no primeiro, e brilhante na versão lançada no primeiro semestre.

Tela

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Os dois celulares da Motorola possuem a mesma tela IPS LCD de 6,8 polegadas, com resolução Full HD+ (1080 x 20460 pixels), taxa de atualização de 90 Hz e proporção de 20,5:9. Os displays ainda trazem suporte ao HDR10, que torna o preto um pouco mais próximo de um preto profundo e garante detalhes visíveis em áreas claras e escuras.

  • Moto G60: IPS LCD de 6,8 polegadas com resolução Full HD+ (1080 x 2460 pixels), 120 Hz;
  • Moto G60s: IPS LCD de 6,8 polegadas com resolução Full HD+ (1080 x 2460 pixels), 120 Hz.

Resumindo, ambos têm a mesma qualidade de imagem. A taxa de atualização alta confere maior fluidez a animações do sistema e jogos compatíveis, já que exibe uma quantidade maior de quadros por segundo. É possível alterar a taxa automática, que se adapta ao conteúdo (vídeos, por exemplo, raramente possuem 60 fps, quanto mais 120 fps) para uma fixa em 60 Hz ou 120 Hz.

O painel IPS LCD oferece cores naturais, mas peca um pouco no contraste. No caso do Moto G60 e do Moto G60s, a presença do HDR10 aproxima bastante o preto de algo mais realista, mas os pixels ainda não se apagam completamente e, portanto, continuam a exibir um cinza bem escuro. A taxa de brilho é a parte mais decepcionante: em 50%, é um pouco baixo para usar mesmo em ambientes internos, e os 100% são insuficientes para uso confortável na rua.

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Câmeras

Agora, sim, chegamos às diferenças entre os dois celulares da Motorola. Ambos oferecem as mesmas opções de enquadramento, mas enquanto o Moto G60 tem um sensor híbrido super grande-angular e macro com foco automático, o Moto G60s tem uma câmera para cada tipo de enquadramento, ambas com foco fixo. Além disso, o modelo mais novo tem resolução menor na principal e na frontal.

  • Moto G60: 108 MP (f/1.7, principal) + 8 MP (f/2.2, ultra wide/macro) + 2 MP (f/2.4, profundidade); 32 MP (f/2.2, frontal);
  • Moto G60s: 64 MP (f/1.7, principal) + 8 MP (f/2.2, ultra wide) + 2 MP (f/2.4, macro) + 2 MP (f/2.4, profundidade); 16 MP (f/2.2, frontal).

A qualidade das imagens é pouca coisa melhor no sensor principal de 108 MP do Moto G60 do que no de 64 MP do Moto G60s. Ambos usam uma tecnologia que junta alguns pixels em um só de tamanho maior para aumentar a sensibilidade à luz, o que gera imagens mais nítidas e com menos ruídos, mesmo em ambientes pouco iluminados.

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Já a ultra-wide e a macro são muito melhores no modelo lançado no primeiro semestre. O fato de ter foco ajustável ajuda a entregar imagens com campo de visão mais aberto que destacam o objeto da foto, em vez de focar em tudo como acontece com o modelo mais novo. O sensor ainda consegue trabalhar melhor com o alcance dinâmico e tem cores mais atraentes.

A macro é quase impossível de conseguir uma boa captura com o Moto G60s, muito por conta do foco fixo a 4 cm. O Moto G60s faz imagens bem bacanas com o sensor híbrido e, de novo, trabalha bem com a luz e as cores.

Nas selifes, a distância novamente diminui um pouco, mas o Moto G60 fica bem à frente quando falamos em ambientes com pouca luz. A versão mais recente peca bastante nestes cenários, e alterna entre imagens com muitos ruídos ou com um embelezamento forçado que faz o objeto da foto parecer um boneco de cera. E isso mesmo com o modo noturno ou com o uso do flash frontal.

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Na gravação de vídeos, por fim, o Moto G60 fica mais uma vez à frente por oferecer gravação em 4K a 60 fps na principal, e 4K a 30 fps na frontal. O Moto G60s tem apenas 4K a 30 fps na principal e Full HD na frontal. Além disso, a estabilização da imagem é melhor no modelo do primeiro semestre.

Processador e memória

A Motorola optou por trocar uma plataforma da Qualcomm usada no Moto G60 por uma opção mais em conta no Moto G60s. O Helio G95 ainda tem bastante potência, mas é fabricado em processo um pouco mais antigo que o Snapdragon 732G. Ao menos a empresa manteve a memória RAM em 6 GB e o armazenamento em 128 GB.

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  • Moto G60: Snapdragon 732G Octa-core (2x 2,3 GHz Kryo 470 Gold + 6x 1,8 GHz Kryo 470 Silver), Adreno 618;
  • Moto G60s: Helio G95 Octa-core (2x 2,05 GHz Cortex-A76 + 6x 2,0 GHz Cortex-A55), Mali-G76 MC4.

A troca de chipset impacta consideravelmente no desempenho, mas nada que você vá sentir de imediato. O processamento de dados é um pouco menos veloz, mas a GPU é mais potente. Isso fica evidente nos resultados do 3D Mark, que teve 200 pontos a mais no Moto G60s do que havíamos visto no Moto G60.

Mais especificamente, foram 1.358 pontos no Wild Life Extreme, com uma média de 8,1 fps, 1,5 fps a mais que o modelo do primeiro semestre, que teve 1.113 pontos e 6,7 fps. Ou seja, dá para rodar jogos com qualidade gráfica um pouco superior sem forçar tanto o celular. Ainda assim, é indicado reduzir um pouco para garantir fluidez, especialmente se você jogar por um período de tempo muito longo.

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O que isso muda no desempenho do dia a dia? Na realidade, nada. Os processos mais simples vão rodar muito bem nos dois modelos, e você talvez só sinta alguma diferença se quiser rodar jogos em qualidade gráfica mais alta. No entanto, é bom ter em mente que os desenvolvedores costumam fazer uma otimização melhor de seus apps para as plataformas da Qualcomm, e o uso prolongado pode acabar sendo melhor no Moto G60.

De qualquer maneira, como são celulares intermediários, não é indicado jogar em qualidade gráfica muito alta. O mais inteligente é reduzir um pouco para garantir a fluidez mesmo quando você quiser rodar o game por um período muito longo.

Bateria

O último quesito a analisar é a bateria, que teve uma boa redução do modelo do primeiro semestre para sua nova versão. São 6.000 mAh no Moto G60, enquanto o Moto G60s tem 5.000 mAh. Ainda é bastante carga e dá para usar pelo menos um dia inteiro sem precisar recorrer a uma tomada.

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Mas, se você é muito exigente, deve preferir o Moto G60. Ele aguenta até dois dias de uso sem sofrer tanto, e no caso de uso mais pesado, é mais garantido que passe um dia inteiro sem desligar. Além disso, o uso de um Snapdragon 732G garante mais eficiência energética do que o Helio G95.

Mas nem tudo é má notícia neste ponto: o Moto G60s tem um carregador de 50 W na caixa, e carrega a bateria de maneira bem rápida, podendo entregar 12 horas de uso em apenas 12 minutos, segundo a Motorola. Além disso, o adaptador de parede tem entrada USB-C e USB-A, e você pode carregar dois dispositivos ao mesmo tempo — claro, dividindo a potência. O Moto G60 tem um carregador de 20 W sem a entrada extra.

Moto G60 vs Moto G60s: qual vale a pena?

O Moto G60 é um dos melhores Moto G que já foram lançados, atrás apenas do Moto G100, que é muito mais caro. A ideia de lançar uma versão com alguns cortes de custos foi até inteligente, apesar de causar uma confusão na cabeça de muito consumidor.

Sim, é verdade que o Moto G60s tem menos bateria, câmeras com menos resolução e processador um pouco menos potente (exceto para jogos), mas pagar mais barato em um celular quase tão bom quanto o Moto G60 é bem interessante. Infelizmente, os preços variam demais no Brasil, e pode ter momentos em que a diferença não compense.

Aí, quem vai ter que decidir é você: se o investimento no modelo do primeiro semestre for desfalcar demais o seu orçamento, compre o Moto G60s sem medo. Caso contrário, o preço a mais representa câmeras melhores (especialmente macro e ultra wide) e mais tempo longe da tomada.

Porém, tenha em mente que a diferença de preço cobrada pela Motorola não é tão significativa, de apenas R$ 200. No varejo, a tendência é que o Moto G60s fique bem mais em conta que seu antecessor, já que está em queda, enquanto o modelo do primeiro semestre começou a subir justamente quando a nova versão chegou às lojas.